terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ri muito.. outro dia o cara comentou comigo que nunca tinha ouvido falar, que não sabia o que era um PA!!!!


Algumas mulheres acreditam no sexo com o pau amigo, o homem limpinho que aparece de vez em quando só pra dar uma comidinha e tchau.
Eu acredito no sexo com o amigo sem pau.
O homem que aparece de vez em quando e te busca em casa, abre a porta do carro, elogia sua roupa, escolhe os melhores ingressos, faz você morrer de rir, conversa sobre tudo, dá conselhos, cuida de você, sobe com você até seu apartamento, curte um som, dorme de conchinha, te abraça forte e vai embora.
Isso sim é dar uma, ao meu ver.
O trepar e jogar fora da mulher é se sentir amada sem ter que dar.
Pau nunca pode ser amigo, pense bem.
Experimente encontrar, sem querer, seu pau amigo num jantar romântico com uma mulher. Você não gosta do cara, não quer namorar o cara, ele é mala, burro, ele é só um pau.
Você só usa o cara e está super segura nesse papel.
Mas só porque você e ele, juntos, dividiram um pau, algo dentro de você, ainda que pequeno (pois é) quer ir até a mesa do fulano e fazer um escândalo: Ahhhhhh me comeu e agora tá com outra! Como assim seu desgraçaaaadoooo! Se bobear dá até pra chorar de rímel borrado achando que é amor.
Mulher e pau não são compatíveis.
Homem é a melhor companhia do mundo, acreditem, mas o pau dele não.
Pau é a desgraça humana.
É o elemento descentralizador do controle da alma.
É o conflito personificado numa espada de guerra.
É o fim de tudo.
Pau amigo é coisa de sapatona.
Enfim, mas voltando ao meu melhor amigo.
Esse ser maravilhoso que mexe no meu cabelo, e paga tudo, e me elogia, e me abraça, e me aperta e vem aqui em casa sempre tão perfumado e tomamos vinho e falamos de tudo e...simplesmente não rola pau… ahhh... eu acho que vou matar esse idiota.

Tati Bernardi

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Presque - Luis Fernando Verissimo


(texto de LFV publicado no jornal ZH em 24/03/2005*)

A internet é uma maravilha, a internet é um horror. Não sei como a Humanidade pôde viver tanto tempo sem o e-mail e o Google, não sei o que será da nossa privacidade e da nossa sanidade quando só soubermos conviver nesse cyberuniverso assustador. O mais admirável da internet é que tudo posto nos seus circuitos acaba tendo o mesmo valor, seja receita de bolo ou ensaio filosófico, já que o meio e o acesso ao meio são absolutamente iguais. O mais terrível é que tudo acaba tendo a mesma neutralidade moral, seja pregação inspiradora ou pregação racista — ou receita de bomba — já que a linguagem técnica é a mesma e a promiscuidade das mensagens é incontrolável. Não temos nem escolha entre o admirável e o terrível, pois acima de qualquer outra coisa a internet, hoje, é inevitável.

Uma das incomodações menores da internet, além das repetidas manifestações que recebo de uma inquietante preocupação, em algum lugar, com o tamanho do meu pênis, é o texto com autor falso, ou o falso texto de autor verdadeiro. Ainda não entendi o recado ou a estranha lógica de quem inventa um texto e põe na internet com o nome de outro, mas o fato é que os ares estão cheios de atribuições mentirosas ou duvidosas. Já li vários textos com assinaturas improváveis na internet, inclusive vários meus que nunca assinei, ou assinaria. Um, que circulou bastante, comparava duplas sertanejas com drogas e aconselhava o leitor a evitar qualquer cantor saído de Goiânia, o que me valeu muita correspondência indignada. Outro era sobre uma dor de barriga desastrosa, que muitos acharam nojento ou, pior, sensacional. O incômodo, além dos eventuais xingamentos, é só a obrigação de saber o que responder em casos como o da senhora que declarou que odiava tudo que eu escrevia até ler, na internet, um texto meu que adorara, e que, claro, não era meu. Agradeci, modestamente. Admiradora nova a gente não rejeita, mesmo quando não merece.

O texto que encantara a senhora se chamava "Quase" e é, mesmo, muito bom. Tenho sido elogiadíssimo pelo "Quase". Pessoas me agradecem por ter escrito o "Quase". Algumas dizem que o "Quase" mudou suas vidas. Uma turma de formandos me convidou para ser seu patrono e na última página do caro catálogo da formatura, como uma homenagem a mim, lá estava, inteiro, o "Quase". Não tive coragem de desiludir a garotada. Na internet, tudo se torna verdade até prova em contrário e como na internet a prova em contrário é impossível, fazer o quê?

Eu gostaria de encontrar o verdadeiro autor do "Quase" para agradecer a glória emprestada e para lhe dar um recado. No Salão do Livro de Paris, na semana passada, ganhei da autora um volume de textos e versos brasileiros muito bem traduzidos para o francês, com uma surpresa: eu estava entre Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira e outros escolhidos, adivinha com que texto. Em francês ficou Presque.

/lfv é um site dedicado ao escritor, cartunista e músico Luis Fernando Verissimo.

Nota: Autoria atribuída a Luis Fernando Verissimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo.

(Nome do real autor: Luis com "s" sem acento agudo no segundo "i")


do site:
http://www.rosangelaliberti.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=147039

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Para que serve um amigo? - Martha Medeiros


Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Em Torno da Felicidade



Em matéria de felicidade convém não esquecer que nos transformamos sempre naquilo que amamos.

Quem se aceita como é, doando de si à vida o melhor que tem, caminha mais facilmente para ser feliz como espera ser.

A nossa felicidade será naturalmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os outros.

A alegria do próximo começa muitas vezes no sorriso que você lhe queira dar.

A felicidade pode exibir-se, passear, falar e comunicar-se na vida externa, mas reside com endereço exato na consciência tranqüila.

Se você aspira a ser feliz e traz ainda consigo determinados complexos de culpa, comece a desejar a própria libertação, abraçando no trabalho em favor dos semelhantes o processo de reparação desse ou daquele dano que você haja causado em prejuízo de alguém.

Estude a si mesmo, observando que o auto-conhecimento traz humildade e sem humildade é impossível ser feliz.

Amor é a força da vida e trabalho vinculado ao amor é a usina geradora da felicidade.

Se você parar de se lamentar, notará que a felicidade está chamando o seu coração para vida nova.

Quando o céu estiver em cinza, a derramar-se em chuva, medite na colheita farta que chegará do campo e na beleza das flores que surgirão no jardim.


(André Luiz / Chico Xavier - Livro: Sinal Verde)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

o problema do quase...

Eu quase consegui abraçar alguém semana passada.

Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente.

Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo.

Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente.

Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias.

Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho.

Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranquila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada.

Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca.

Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro…

Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.

Tati Bernardi

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012


gostei muito desse artigo:

A Cama na Varanda: O tudo ou nada do amor

POR REGINA NAVARRO LINS


Rio - A partir do século 20, mais do que em qualquer outra época, o amor ganhou importância. As pessoas passaram a acreditar que sem viver um grande amor a vida não tem sentido. Procuramos alguém que nos ame, sem compromissos anteriores e sem paixões recolhidas de amores antigos. A idealização do amor tem um custo. Não é verdade que “tudo o que você precisa é de amor”. Precisamos também ter um espaço individual, amigos verdadeiros, investir na carreira, etc. Ao nos concentrarmos no amor, negligenciamos outras paixões, o que torna nossa vida mais limitada. O filósofo americano Robert Solomon faz algumas observações interessantes. Para ele, a idealização do amor leva à ideia de que o amor é um fenômeno, que as pessoas “encontram” ou não. Exigimos que nosso amor seja isto ou nada, e, por isso, ficamos desapontados.

Entretanto, o amor varia de intensidade, como qualquer outra emoção. E já que a maioria de nós não é capaz de manter um delírio febril por muito tempo, logo aparecem algumas dúvidas do tipo “será que isso é mesmo amor?” e “Será que ainda o amo?” É como se o amor só fosse real de fato quando é explosivo, quando nos absorve totalmente. O amor, porém, se manifesta de muitas maneiras. Por que nos recusamos a admitir que o amor, como a tristeza ou a alegria, deve às vezes esperar sua vez de entrar em cena?

Na melhor das hipóteses o amor é uma convergência de muitos desejos. No amor não queremos só sexo e segurança, mas também companhia, diversão, alguém para viajar, sair, ouvir conselhos, enfim, uma associação com um aliado, alguém com quem vamos dividir o trabalho doméstico e aumentar a renda da casa, alguém de quem podemos depender na hora dos problemas e nos consolar nos momentos de tristeza, e por aí vai. Na realidade, gostaríamos de tudo isso, emoções e constância, excitação e segurança, e de preferência tudo junto, num só pacote, u m pacote supostamente garantido pelo amor. Mas o amor é só um ingrediente nesse pacote.

Mesmo que seja indesejável, podemos ter amor sem companheirismo, amor sem sexo, amor sem apoio emocional, amor sem excitação, amor sem estabilidade. Para Solomon o que muitos consideram o colapso do amor é, na verdade, a perda de um desses desejáveis acompanhamentos do amor. Contudo, isso não precisa ser a perda do amor, é só a perda do “pacote”.



no site: http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/9/a_cama_na_varanda_o_tudo_ou_nada_do_amor_191314.html

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

um pequeno trecho do Caio pra 2012


"Fecho os olhos e começo a pedir.
Não são coisas muito complicadas de serem atendidas.
Ao menos eu acho que não.
Que não nos faltem bons sentimentos seja no Natal ou em qualquer dia do Ano Novo que se aproxima.
Que nos falte egoísmo, nos sobre paciência pra enfrentar mais trezentos e sessenta e cinco – ou seria trezentos e sessenta e seis? – dias.
Que sejamos capazes de enxergar algo de bom em cada momento ruim que nos acontecer.
Que não nos falte esperança.
Que novos amigos cheguem.
Que antigos amigos sejam reencontrados.
Que cada caminho escolhido nos reserve boas surpresas.
Que músicas de letras e melodias bonitas nos façam suspirar.
Que a cada sorriso que uma criança der nos faça ter um bom dia e enxergar uma nova esperança.
Que nos sobre tempo para conversar com os amigos.
Que cada um de nós saiba ouvir cada conselho dado por uma pessoa mais velha. Que não nos falte vontade de sorrir apesar dos pesares.
Que sejamos leves.
Que sejamos livres de preconceitos.
Que nenhum de nós se esqueça da força que possui.
Que não nos falte fé e amor."

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Receita de ano novo - Drummond de Andrade


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

reflexões

durante mais de 20 anos, tive o hábito de ler diarimente um jornal de grande circulação e pelo menos três revistas de informação por semana...
depois de ficar mais compulsiva na internet, e de virar dona de casa (leia-se realizar o sonho de comprar meu apê e finalmente conseguir morar no lugar que eu posso chamar de MEU, rsrs) algumas benesses foram trocadas, of course, entre elas, as assinaturas pela TV a cabo, por exemplo...
então...
ficando de bob por uns dias, e ter uns jornais pra ler, coisa que não faço há algum tempo, fico perplexa com a quantidade de notícia que já não considero tão relevante, mas não consigo deixar de lado a velha mania de ler o bendito de cabo a rabo, às vezes até mesmo a seção de classificados....
Na internet rola um chiste que o Acre não existe, pra quem não sabe, e hj me deparo com uma matéria no Globo, falando da onda de imigrantes ilegais que estão aportando por lá, vindos do Haiti... e confirmo meu primeiro pensamento... de que é consequência direta e imediata do terremoto de 2010, como se fosse um tipo de réplica silenciosa e invisível, da devastação de um país que não conseguiu ainda se reconstruir.  Se já era paupérrimo antes do cataclisma, agora tudo deve estar pior ainda... Leio que são na maioria profissionais qualificados, mas que chegam lá, naquele Acre que não existe, (e que pra maioria dos brasileiros não existe de fato, pq nem imaginam como dever ser viver por aquelas bandas...), sem dinheiro, famintos, sem documentos...
É, um Brasil que está sendo visto com bóia de salvação. E a gente ainda acha que tem tanto problema na vida...
mais adiante, numa coluna do sociólogo Paulo Delgado, que já foi parlamentar, combativo, vi uma frase linda logo na introdução, citando João Cabral de Mello Neto: "Durante toda a minha vida só fiz uma coisa: melhorar".
outro articulista cita o formidável Viktor Frankl, nossa, como ele marcou minha vida, tanto pessoal, profissional como acadêmica, o encontro que eu tive com esse (então já bem velhinho) grande Homem!: "A transitoriedade de nossa existência de forma alguma retira seu significado.  Ao contrário, torna-se um incentivo para nos dedicarmos a realizar nossas possibilidades com toda intensidade", aconselha em "A busca humana por significado" (1959).
Compreender é um milagre ainda maior do que existir. A consciência é uma oportunidade de experimentar possibilidades que transcendem as dimensões materiais de um mundo físico. Mais adiante, no mesmo artigo, outro trecho inspirador: " E sem amor estamos perdidos, somos vazios, andarilhos sem raízes, insensíveis aos semelhantes".
Leio tb na Veja de meado de dezembro de 2011, num artigo da psicanalista Betty Milan: "Por que ler os clássicos? (diria eu - pq ler de um modo geral, não é?) O que há neles de fundamental para nós?  Com essa questão em mente, reli Hamlet, anotando os seus ensinamentos.  Antes de dizer adeus a Ofélia, Hamlet envia a ela um poema: "Duvida de que os astros sejam chamas / Duvida de que o sol gira / Duvida da própria verdade / Mas não duvida de que eu te amo".  Algumas poucas linhas para dizer o essencial sobre o amor.  Ou seja, que ele não suporta dúvida, a desconfiança. [...] A leitura dos clássicos se faz necessário pela sabedoria que eles contêm.  Em especial, a sabedoria que se refere aos sentimentos humanos.  Ela nos faz refletir e viver melhor.  Hamlet ensina a não fazer pouco do amor e a não desperdiçar a vida, chorando infindamvelmente a morte e a perda." - bacana isso, não?

domingo, 1 de janeiro de 2012

o que é essa coisa de ano novo?


As pesquisas mais prováveis datam da época de Otaviano, um dos principais Césares, da época do apogeu do Império romano. Mas foi na periferia da periferia da periferia da zona do poder de Roma, lá nos cafundós, que surgiu um cara, chamado de Rabi, Mestre, Profeta, louco, revolucionário, mas que aparentemente não teve tanta importância assim para as grandes instâncias do poder, sem ser a política local, cuja mensagem acabou abalando paulatinamente todo o pensamento do mundo ocidental e reverberando nas relações do Ocidente com o Oriente, até hoje.
Seu nome: Jesus, chamado O Cristo.  Três séculos após, somente e historicamente este é um período bem curto para mudanças de tal vulto, Constantino, Imperador, decreta o Cristianismo como religião oficial de todo Império. De perseguidos e marginalizados, passam a ser não só instituídos como o Império, assume seu caráter monoteísta e desigualmente igualitário, todos passam a ser irmãos em Cristo. O que sustentava a economia romana - a escravidão, começa a ruir...
Uma semana se passou depois do que convencionamos comemorar como o nascimento deste Espírito Maior, ( a data precisa ainda é controversa) e já se fala tanto no tal réveillon, Ano Novo, festas, e logo, logo, carnaval...
Mil, dois mil anos se passaram desde esses eventos, e tal mensagem ainda é tão difícil de ser assimilada em nossas relações cotidianas.
Mas para mim, o ainda Natal não passou, e não passa...
Para mim, o Natal deve ser todos os dias, pq o Natal deve estar todos os diariamente como prática contínua, como reformulação íntima, como consciência Crística, em estado constante!  Por mais difícil que seja isso tudo no dia-a-dia,  mas pelo menos o estado de atenção para tentarmos sermos o melhor que pudermos ser...
Acredito que num planeta que a ONU divulga que somos em 7 bilhões de habitantes, o Catolicismo nem deva ser a religião dominante do planeta, atualmente;
Imagino que com tantos milhões/bilhões de habitantes de outras religiões em outras regiões, não podemos nem devemos pressupor que a religião dominante do mundo ocidental seja a mais aceita no resto do planeta.
Mas nem por isso o que está imanente, a mensagem que está embebida, perde seu caráter universalista, não está presente em tudo... tal o poder das suas palavras!
Antes desse Jesus, dessa Alma Abençoada, do Maior dos Nossos Irmãos, de Todos os Guias, que não veio julgar, nem punir, mas guiar, amar, mostrar o Caminho, a Verdade e Vida, muitos outros grandes Mestres aqui estiveram para difundir a mensagem humanística e igualitária, e tantos outros vieram depois, com solidez de argumentos, homens de ciência, da filosofia, da medicina, de cultura, Buda, Santo Agostinho, Paulo de Tarso, Confúcio, tantos...
Com a proposta do respeito pela Vida, da retificação da nossa conduta, de melhorar em nós tudo aquilo que trazemos em potencial, do crescimento, do autoconhecimento, do auto-descobrimento, e principalmente, da capacidade inequívoca de amar, acima de tudo!
Não podemos ser cristãos, em toda acepção da palavra, enquanto sabemos que muitos iguais a nós, nos cantões esquecidos desse mundo, estão em estado de penúria, de miséria; não podemos dessensibilizar nosso espírito para os que não têm o mínimo de assistência de saneamento na saúde e educação, ou de igualdade de tratamento pelo poder público, de acesso aos mínimos dos bens de conforto que acredito que poderiam estar disponíveis para todos...
Ainda estamos em evolução, muito temos que nos melhorar, individualmente, coletivamente, comunitariamente...
Esperança e fé na espécie humana, o Criador não nos teria colocado nessa terceira pedra depois do Sol por nada.  Acredito num propósito benigno maior... Acho que somos melhores do que há duzentos anos atrás, do que há quinhentos anos atrás... espero que estejamos melhores, daqui a um tempo pra frente...
Tantos outros que um cara como o Betinho, madre Teresa de Calcutá, Chico Xavier, Sai Baba, e anônimos trabalhadores, não tenham deixado sua mensagem e seu trabalho em vão...
Que o Natal continue sendo de Luz, em todos os dias vindouros, em 2012, possa ser especial e amorosamente proveitoso para todos nós!!!  Isso é, no exercício contínuo desse Amor Especial que esse cara, O Cristo, veio ensinar, lá atrás...