sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Nem Tudo É Fácil

cecilia1


É difícil fazer alguém feliz,
assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo,
assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor,
assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje,
assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom,
assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz,
assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir,
assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém,
assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas…
É difícil pedir perdão?
Se alguém errou com você, perdoa-o…
É difícil perdoar?
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga…
É difícil se abrir?
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça…
É difícil ouvir certas coisas?
Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o…
É difícil entregar-se?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida…

Mas, com certeza, nada é impossível!

Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!



Cecília Meireles
Poetisa e professora

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Essencial é Invisível Para os Olhos


O Pequeno Príncipe é uma obra aparentemente simples, mas, apenas aparentemente. É profunda e contém todo o pensamento e a "filosofia" de Saint-Exupéry. Apresenta personagens plenos de simbolismos: o rei, o contador, o geômetra, a raposa, a rosa, o adulto solitário e a serpente, entre outros. O pequeno príncipe vivia sozinho num planeta do tamanho de uma casa que tinha três vulcões, dois ativos e um extinto. Tinha também uma flor, uma formosa flor de grande beleza e igual orgulho. Foi o orgulho da rosa que arruinou a tranqüilidade do mundo do pequeno príncipe e o levou a começar uma viagem que o trouxe finalmente à Terra, onde encontrou diversos personagens a partir dos quais conseguiu descobrir o segredo do que é realmente importante na vida.
É uma obra que nos mostra uma profunda mudança de valores, que ensina como nos equivocamos na avaliação das coisas e das pessoas que nos rodeiam e como esses julgamentos nos levam à solidão. Nós nos entregamos a nossas preocupações diárias, nos tornamos adultos de forma definitiva e esquecemos a criança que fomos.
Foi escrito e ilustrado um ano antes de sua morte, em 1944. Piloto de avião durante a Segunda Grande Guerra, o autor se fez o narrador da história, que começa com uma aventura vivida no deserto depois de uma pane no meio do Saara. Certa manhã, é acordado pelo Pequeno Príncipe, que lhe pede: "Desenha-me um carneiro"? É aí que começa o relato das fantasias de uma criança como as outras, que questiona as coisas mais simples da vida com pureza e ingenuidade. O principezinho havia deixado seu pequeno planeta, onde vivia apenas com uma rosa vaidosa e orgulhosa. Em suas andanças pela Galáxia, conheceu uma série de personagens inusitados – talvez não tão inusitados para as crianças!
Um rei pensava que todos eram seus súditos, apesar de não haver ninguém por perto. Um homem de negócios se dizia muito sério e ocupado, mas não tinha tempo para sonhar. Um bêbado bebia para esquecer a vergonha que sentia por beber. Um geógrafo se dizia sábio mas não sabia nada da geografia do seu próprio país. Assim, cada personagem mostra o quanto as “pessoas grandes” se preocupam com coisas inúteis e não dão valor ao que merece. Isso tudo pode ser traduzido por uma frase da raposa, personagem que ensina ao menino de cabelos dourados o segredo do amor: “Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos”.
Antoine de Saint-Exupéry via os adultos como pessoas incapazes de entender o sentido da vida, pois haviam deixado de ser a criança que um dia foram. Entendia que é difícil para os adultos (os quais considerava seres estranhos) compreender toda a sabedoria de uma criança.

Desta fábula foram feitos filmes, desenhos animados, além de adaptações. Muitos adultos até hoje se emocionam ao lembrar do livro. Talvez porque tenham se tornado “gente grande” sem esquecer de que um dia foram crianças.


Capítulo XXI do Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry

E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira…
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita…
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste…
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços…"
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo…
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor… eu creio que ela me cativou…
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra…
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo…
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto…
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração… É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse…
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele…
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa…
- Eu sou responsável pela minha rosa… repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.


Saint-Exupéry escreveria que "durante séculos e séculos a minha civilização contemplou Deus através dos homens. O homem era criado à imagem de Deus. Respeitava-se Deus no homem. Esse reflexo de Deus conferia uma dignidade inalienável ao homem", para concluir que "as relações do homem com Deus serviam de fundamento evidente aos deveres do de cada homem consigo próprio ou para com os outros".
"Havia, em algum lugar, um parque cheio de pinheiros e tílias, e uma velha casa que eu amava. Pouco importava que ela estivesse distante ou próxima, que não pudesse cercar de calor o meu corpo, nem me abrigar; reduzida apenas a um sonho, bastava que ela existisse para que a minha noite fosse cheia de sua presença. Eu não era mais um corpo de homem perdido no areal. Eu me orientava. Era o menino daquela casa, cheio da lembrança de seus perfumes, cheio da fragrância dos seus vestíbulos, cheio das vozes que a haviam animado."

"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir-te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!"
"O Amor é a única coisa que cresce à medida que se reparte".
"O amor não consiste em olhar um para o outro, mas sim em olhar juntos para a mesma direção."
"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante."
" Não exijas de ninguém senão aquilo que realmente pode dar."
"Em um mundo que se fez deserto, temos sede de encontrar companheiros."
" Nunca estamos contentes onde estamos."
" Será como a flor. Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas."
"Para enxergar claro, bastar mudar a direção do olhar."
" Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."
" Sois belas, mas vazias. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus a redoma. Foi a ela que abriguei com o para-vento. Foi dela que eu matei as larvas. Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa."
" Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"
" Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."
" O amor verdadeiro não se consome, quanto mais dás, mais te ficas."
" Só os caminhos invisíveis do amor libertam os homens. "
"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."
"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."
"Se tu amas uma flor que se acha numa estrela, é doce, de noite, olhar o céu. Todas as estrelas estão floridas."

ACASO
"Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, pois cada pessoa é única
e nenhuma substitui outra.
Cada um que passa em nossa vida,
passa sozinho, mas não vai só
nem nos deixa sós.
Leva um pouco de nós mesmos,
deixa um pouco de si mesmo.
Há os que levam muito,
mas há os que não levam nada.
Essa é a maior responsabilidade de nossa vida,
e a prova de que duas almas
não se encontram ao acaso. "

"A civilização é um bem invisível porque inscreve seu nome nas coisas"

E suas últimas palavras antes de embarcar na missão final e fatal: "Se voltar, o que será preciso dizer aos homens?"

material colhido em diversas páginas da internet... da minha autoria é a colagem como ela está....

sábado, 18 de dezembro de 2010

um trecho de um texto do mestre Rubem Alves....

(Correio Popular, Caderno C, 27/06/2004.)

... todos estavam curiosos com o título do livro do Leonardo, Novas fronteiras da igreja. Especialmente porque, como se sabe, ele é um herege. Em outros tempos ele já teria sido queimado num edificante Auto de Fé, numa das fogueiras da Inquisição. Que ele é herege não é difamação minha. Foi ele mesmo que confessou publicamente, até com um certo sorriso... Contou-nos de um jantar de homenagem que lhe ofereceram Darci Ribeiro e Oscar Niemeyer, ambos ateus confessos, para celebrá-lo como o primeiro herege brasileiro

O que é um herege? É uma pessoa que anda na direção contrária. É alguém que diz o que foi proibido dizer. O pecado dos hereges não é moral. Ninguém e herege por ser um assassino ou fornicador. Esses são pecados de que se pode arrepender, e que são resolvidos no confessionário. O pecado dos hereges, ao contrário, não é pecado de ação. É pecado de pensamento. E não há formas de se arrepender daquilo que se pensa. Ele pensa aquilo que é proibido pensar. Só há um jeito de curar um herege: queimando-o na fogueira.

Pois o Leonardo, já há algum tempo, tem estado dizendo coisas proibidas. Por elas foi levado ao Santo Ofício e interrogado pelo guarda da fé, o Cardeal Ratzinger. O Leonardo diz, brincando: “Tive a honra de me assentar na mesma cadeira em que se assentou Galileu...” Galileu também foi herege por afirmar uma coisa proibida, que a terra não era o centro do universo. Ah! Como as religiões afirmam coisas confusas! Felizmente se arrependem delas, passados quinhentos anos... Outro herege famoso foi Jesus Cristo que andava pela Palestina negando aquilo que sempre tinha sido dito: “Ouvistes o que foi dito aos antigos, eu, porém, vos digo... A heresia do Leonardo tem a ver com aquilo que ele pensa sobre a igreja. Para ele Jesus jamais imaginou uma igreja hierárquica, burocrática, dotada de poder ( houve um período em que ela chegou a ter exércitos ) e que pretende ser a única detentora da verdade, a verdade inteira. Essa pretensão torna impossível o ecumenismo oficial. Porque se uma instituição possui a verdade toda, ela não precisa ouvir ninguém. Seria uma perigosa perda de tempo. O pensamento do outro só pode ser mentira. É o outro que tem de ouvi-la. Ela é “mater et magistra” – mãe e mestra. Para o Leonardo, ao contrário, a igreja é formada por todos aqueles que sonham o mesmo sonho, o sonho que está contido na poesia do Pai Nosso: um mundo de fraternidade, sem misérias, sem vinganças, sem violência.

Perguntaram ao Luiz Carlos Lisboa – que ama o Rio de Janeiro, cidade mais linda não há – sobre essa estranha coincidência: o Rio de Janeiro é uma das cidades mais religiosas do Brasil e é a cidade mais violenta do Brasil. Qual é a relação que existe entre religião e violência? Ele lembrou que, na história do Ocidente, as religiões sempre estiveram ligadas à violência. Os maiores horrores já foram perpetrados por causa de dogmas religiosos. Agora mesmo, para justificar a guerra contra o Iraque, o presidente Bush declarou que conversava com Cristo todas as manhãs. A loucura tem fortes relações com a religião institucionalizada. Os loucos pensam que suas idéias são as idéias de Deus. Pensa-se que a violência criminal vai se resolver com a violência policial. Mas onde se encontram as raízes da violência? Elas não se encontram dentro de nós mesmos? A violência só vai ser resolvida quando os homens aprenderem a ser mansos. Mas isso exige uma transformação espiritual. Era assim que pensavam Jesus Cristo, São Francisco de Assis e Gandhi...

Foi uma conversa gostosa, honesta, por vezes com um pouco de pimenta, que era logo eliminada com o humor.

O que é necessário compreender é que ninguém tem a verdade. Nós só damos palpites. No momento em que os indivíduos compreenderem que suas verdades não passam de palpites eles ficam mais tolerantes. E é gostoso conversar mansamente, cada um ouvindo honestamente o que os outros tem a dizer.



http://www.rubemalves.com.br/nossasverdadessaosopalpites.htm

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lembranças úteis...

recebi esse texto como se fosse de Pablo Picasso, mas sinceramente duvido da autencidade dessa autoria, exceto pela última frase, e fui minimamente pesquisar no Goggle, e a maioria das referências aponta para uma D. Cacilda, uma velhinha de mais de 80 anos, e blá, blá, blá... que me parece também lenda urbana... enfin, voilá... é bunitim... entoncés, ei-lo aqui:

Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivencia.
Isso inclui idade, peso e altura.
Deixe o médico se preocupar com eles.
Para isso ele é pago.
Frequente, de preferência, seus amigos alegres.
Os de "baixo astral" puxam você para baixo.
Continue aprendendo....
Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa.
Não deixe seu cérebro desocupado.
Uma mente sem uso é a oficina do diabo.
E o nome do diabo é Alzheimer.
Curta coisas simples.
Ria muito e, muito e alto.
Ria até perder o fôlego.
Lágrimas acontecem.
Aguente, sofra e siga em frente.
A única pessoa que acompanha você a vida toda é você mesmo.
Esteja vivo, enquanto você viver!
Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: família, animais, lembranças, músicas, plantas, um hobby, o que for.
Seu lar é o seu refúgio.
Aproveite a sua saúde.
Se for boa, preserve-a.
Se está instável, melhore-a.
Se está abaixo deste nível, peça ajuda.
Não faça viagens de remorso.
Faça uma viagem ao shopping, para cidade vizinha, para um país estrangeiro, mas não faça viagens ao passado.
Diga a quem você ama, que você realmente os ama, em todas as oportunidades
E lembre-se sempre que: a vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o folêgo: de tanto rir...
De surpresa...
De êxtase...
De felicidade...
Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol"

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ilusões, Richard Bach

O laço que une uma família verdadeira não é de sangue, mas de respeito e alegria pela vida um do outro. Raramente os membros de uma família nascem sob o mesmo teto. 
Os seus amigos o conhecerão melhor no primeiro minuto que se conhecerem do que os seus conhecidos o conhecerão em mil anos.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

PRECES ANCESTRAIS...

eu já recebi essas palavras como se fosse de origem celta ou especificamente irlandesa... o que no final dá quase na mesma... pra quem não entende muito ou pra quem como eu não se importa com os rigorosismos da História... pq o mais importante aqui é o espírito dessas palavras, o sentimento que as anima, a intenção amorosa que está por trás delas... por isso, por fazer parte de mim, aqui estou postando...

(versão resumida)

...que o caminho seja brando
a teus pés,
o vento sopre leve
em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre a tua face,
as chuvas caiam serenas
em teus campos.
E até que eu
de novo te veja,
que Deus te guarde
na palma de sua mão.




(versão estendida)

Que o caminho seja brando a teus pés,
O vento sopre leve em teus ombros.
Que o sol brilhe cálido sobre tua face,
As chuvas caiam serenas em teus campos.
E até que eu de novo te veja,
que os Deuses te guardem nas palmas de Suas mãos

Que a estrada abra à tua frente,
que o vento sopre levemente em tuas costas,
que o sol brilhe morno e suave em tua face,
que a chuva caia de mansinho em teus campos.
E até que nos encontremos de novo...
Que os Deuses te guardem nas palmas de Suas mãos.

Que as gotas da chuva molhem suavemente o teu rosto,
que o vento suave refresque teu espírito,
que o sol ilumine teu coração,
que as tarefas do dia não sejam um peso nos teus ombros,
e que os Deuses te envolvam num manto de amor."


AUTOR DESCONHECIDO

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

a pesquisa completa...

perdão pelo meu francês... rsrs... mas o tema é tão apaixonante pra mim, que estou transcrevendo do site "oficial", uma das melhores fontes que já achei na rede sobre essa grande mulher, de um período histórico em que nunca as mulheres eram suficientes para saírem dos bastidores... foi Rainha dos dois grandes maiores reinos da sua época, desafiou o Papa como instituição política... enfim, Eleonor foi tudo... ei-la aqui, no original:  (ehmm, bien, oui, Je peux lire un peu et compris une bit, une petit de français qu'il suffit.)

Un mystère auréole la naissance d’Aliénor, fille du Duc d’Aquitaine Guillaume X et petite fille de Guillaume IX le Troubadour.
La future reine de France puis d'Angleterre vient au monde en 1122 ou en 1124, dans un lieu resté indéfini. Est-ce à Poitiers, à Bordeaux ou encore à Nieul-sur-Autise, là où sera ensevelie sa mère Aénor de Chatellerault alors qu'Aliénor n'a que six ou huit ans ?
Une tradition extrapolée à partir d’une charte, mais établie aujourd’hui comme un faux document, propose également le château de Belin dans les Landes.
De 1122 à 1137, son enfance se déroule dans une cour féodale sans doute rude mais largement éprise de poésie. Guillaume X d’Aquitaine maintient à l’égard des troubadours et des jongleurs gascons le large mécénat voulu par son père.
Parmi eux, Cercamon (ou Cherche-Monde), jongleur de Gascogne est un protégé du prince troubadour ; ils partagent des joutes poétiques qui adoucissent singulièrement l’austérité du palais ducal de l’Ombrière à Bordeaux ou de celui de Poitiers, sièges du duché d’Aquitaine.
Aliénor sort de l’ombre en 1137, à l’âge de 13 ou 15 ans, à l’occasion de son mariage avec l’héritier du roi de France, le futur Louis VII.
Ce mariage est négocié dans la hâte par Suger, abbé de la basilique royale de Saint-Denis, la mort subite du père d’Aliénor exigeant de placer sans tarder l’héritière du duché sous la protection d’un puissant seigneur.
Leur union est célébrée le 27 juillet 1137 dans la cathédrale Saint-André de Bordeaux.
Quelques jours plus tard, le 1er août 1137, s’éteint le roi de France Louis VI  le Gros qui laisse son royaume au jeune époux. Sur le chemin de Paris, la première escale du couple royal est le château de Taillebourg où Aliénor et Louis VII se retrouvent seuls pour la première fois.
Le 8 août, c’est à la cathédrale de Poitiers qu’a lieu le couronnement ducal suivi d’un banquet dans la grand-salle du palais.
Les premières années parisiennes dans le palais de la cité sont sans doute inconfortables pour la jeune princesse, étrangère par sa langue et sa culture à une cour où la reine mère, Adélaïde de Savoie, tient encore une place importante. Par ailleurs, le rôle de protecteur qu’est appelé à jouer Louis VII sur l’Aquitaine ducale l’entraîne en 1141 dans une expédition malheureuse contre le comte de Toulouse.
Les enjeux de la politique féodale viennent interférer avec l’action de la jeune reine quand celle-ci favorise le mariage de sa sœur, Pétronille, avec le sénéchal de France Raoul de Vermandois. Elle avait obtenu la dissolution du premier mariage de ce seigneur puissant avec la nièce du non moins puissant Thibaud de Blois, comte de Champagne, sous prétexte de consanguinité. Le pape sanctionne la dissolution et excommunie les nouveaux époux et les évêques qui s’étaient prêtés à la machination ; c’est l’une des raisons qui dressent Innocent II contre le roi de France celui-ci défiant l’autorité pontificale en tentant d’imposer son propre candidat au trône épiscopal de Bourges.
Au cours de la guerre qui s’ensuit, les troupes royales sous l’ordre de Raoul de Vermandois massacrent la population de Vitry-en-Perthois en incendiant l’église dans laquelle les habitants s’étaient réfugiés.
Aliénor fut tenue pour responsable de ces drames et la confiance du jeune roi en son épouse chancelle sous l’évidence du châtiment qu’il encourt en poursuivant la défense de ses intérêts.
Bernard de Clairvaux, le réformateur de l’ordre de Citeaux est l’artisan de la conversion du roi à un christianisme militant et austère entièrement soumis à la papauté.
L’abbé Suger, dont les sages conseils ont été négligés au
profit de ceux qui constituaient l’entourage de la Reine, continue cependant son œuvre au profit de la royauté en assurant le rayonnement du panthéon royal de Saint-Denis au cours d’une [ cérémonie de dédicace du chœur le 11 juin 1144 ] qui réunit la fleur de la chrétienté. C’est pour Aliénor l’occasion de s’entretenir en privé avec Bernard de Clairvaux qui l’engage à plus de réserve dans la vie politique ; en échange, il l’assure de ses prières en faveur d’une intervention divine susceptible de permettre à la reine de donner un héritier mâle à Louis VII.
Quelques mois plus tard, c’est d’une fille, prénommée Marie, qu’accouche la reine.
En 1145, pour la Noël, le roi annonce à Bourges son intention de se croiser . Le pape Eugène III, un ancien moine cistercien, approuve le projet qui est promu avec vigueur par Bernard de Clairvaux à Vézelay en 1146 à Pâques.
Lorsque la croisade s’ébranle, le 12 mai 1147, c’est un cortège mixte qui quitte Saint-Denis : contrairement à ce que l’on peut attendre d’une expédition militaire aussi risquée que chaste, la deuxième croisade fait la part belle à la reine et à sa suite féminine
De Paris à Antioche, par Metz, Ratisbonne, Belgrade, et Andrinople, l’armée des croisées gagne Constantinople où l’empereur Manuel Comnène accueille fastueusement le couple royal qui est logé au Philopation, à proximité du palais des Blachernes.
Le séjour de trois semaines à Constantinople est suffisant pour faire comprendre au roi et à ses conseillers que l’attitude de l’empereur n’est pas exempte de duplicité.
Il s’avère assez vite en effet que les Byzantins conduisent les croisés dans des pièges et les mettent à la merci des musulmans ; une imprudence de Geoffroy de Rancon, seigneur de Taillebourg, entraîne ainsi la mort de nombreux chevaliers.
En mars 1148, l’armée de Louis VII est à Antioche dont le comte, Raymond de Poitiers, est l’oncle d’Aliénor. Celui-ci tente de détourner les croisés de Jérusalem au profit d’une expédition sur Alep en s’appuyant sur sa nièce : la nature des longs entretiens de Raymond et d’Aliénor font naître les soupçons du roi et des membres de son entourage [ la famille d’Aliénor ]. L’archevêque de Tyr n’hésite pas dans la chronique qu’il fait de cet épisode à insinuer qu’une relation charnelle accompagne les tractations politiques qui conduisent Aliénor à menacer son époux : elle le laissera continuer seul son expédition s’il ne se rend pas aux vues du comte d’Antioche. L’affaire s’envenime et prend un tour décisif lorsqu’Aliénor prétend vouloir l’annulation de son mariage pour cause de consanguinité. Des tractations finissent par permettre aux croisés d’atteindre Jérusalem, mais en dépit des efforts de Beaudoin III et de Louis VII, la tentative de reprendre Damas échoue et les troupes largement amoindries prennent le chemin du retour .
Louis VII et Aliénor font alors route à part et la reine, capturée par des pirates musulmans puis libérée par des chevaliers Normands aux ordres de Roger II, finit par faire escale à Palerme où l’attend le roi dans un pitoyable état de santé qu’aggrave l’annonce de la mort du comte d’Antioche.
Passant par le Mont Cassin, la suite royale parvient à Tusculum où le pape Eugène III
les accueille.
Ce dernier accorde une dispense pour évacuer l’argument de consanguinité et met tout en œuvre pour réconcilier les époux qui conçoivent, vraisemblablement dans la résidence papale, une seconde fille prénommée Aélis. Peut-être en eut il été autrement si l’enfant eut été un garçon, mais moins d’un an après la naissance d’Aélis, après une tournée de plusieurs mois en Aquitaine, le mariage d’Aliénor et de Louis VII apparaît définitivement compromis. Pour la Noël 1151, ils tiennent leur cour à Limoges, à la Chandeleur 1152 à Saint Jean d’Angély.
Le 21 mars 1152, la dissolution du mariage
est actée par un concile réuni à Beaugency. Aliénor regagne alors Poitiers en échappant aux embuscades tendues par Thibaud V de Blois puis par Geoffroy Plantagenêt, fils du comte d’Anjou Geoffroy le Bel, désireux de mettre la main sur ce riche parti.
Le 18 mai 1152, moins de trois mois après son divorce, elle épouse à Poitiers Henri, frère de Geoffroy, mieux pourvu en terres que son frère cadet mais âgé d’à peine 19 ans. Aliénor ne tarde pas à être enceinte et, tandis que son mari négocie sa succession au trône d’Angleterre face à son rival Etienne de Blois, elle met au monde son premier fils Guillaume, le 17 août 1153. Au printemps 1155, le couple séjourne en Normandie auprès de la reine Mathilde.
La mort d’Etienne de Blois (25 octobre 1154) ayant réglé définitivement la question de la succession, Henri et Aliénor embarquent à Barfleur après avoir rongé leur frein plusieurs semaines devant une mer déchaînée. Ils sont couronnés à Westminster le 19 décembre 1154. Le 1er mars 1155, naît un second fils prénommé Henri comme son père.
Les premières années du couple royal
sont marquées par des déplacements incessants à peine freinés pour la reine par la naissance d’autres enfants. En 1156, au cours d’une grande tournée décrite par Geoffroy du Vigeois et par Richard le Poitevin, elle se rend en Normandie et en Anjou ; la même année, qui voit la mort prématurée de Guillaume, elle met au monde une petite Mathilde.
Entre 1156 et 1167, les périples d’Aliénor la conduisent de l’Aquitaine à l’Angleterre.
De Saumur, Aliénor gagne la région bordelaise en compagnie d’Henri.
Le 13 décembre 1156, elle confirme avec lui les privilèges de l’abbaye de La Sauve-Majeure, des privilèges qu’elle renouvelle seule le 21 décembre de la même année. Elle gagne ensuite Bordeaux où elle célèbre les fêtes de Noël. Deux ans plus tard, en 1158, Aliénor est présente au siège de Thouars ; puis, en janvier 1159 à Blaye, elle assiste à l’alliance d’Henri II et de Raimond Béranger de Barcelone contre le comte de Toulouse avant de regagner Londres après avoir passé l’hiver en Normandie.
Le 8 septembre 1157, Richard naît à Oxford ; un an plus tard, le 23 septembre, elle donne naissance à Geoffroy. En 1161 vient au monde à Domfort une princesse que l’on baptise du nom de sa mère ; quatre ans plus tard à Angers, naît Jeanne et le 27 décembre 1166, Jean, le dernier de ses enfants : elle a alors 42 ou 44 ans et le roi n’hésite pas à afficher sa liaison avec la jeune Rosamonde Clifford.
Il semble que durant toute ces années au cours desquelles elle assume pleinement son rôle de pourvoyeuse d’héritiers potentiels, Aliénor se comporte en épouse soumise n’intervenant que dans la mesure où la politique ambitieuse de son époux lui en laisse l’opportunité. La révolte des seigneurs aquitains dans les années 1168-1169 conduit le roi à lui confier, ainsi qu’à ses fils, un rôle plus important dans la reprise en main du duché.
Dans les années 1169-1173, elle joue un rôle plus actif auprès du jeune duc Richard, parangon des chevaliers courtois formé à l’école du fameux Guillaume le Maréchal. Auprès de Richard, à Niort, elle tient à Pâques en 1170 une cour plénière et lève les confiscations opérées par Henri II.
De 1169 à 1173, Aliénor manifeste sa générosité en faveur de plusieurs établissements poitevins (Saint-Hilaire de Poitiers, Maillezais, Fontevraud). La reine accompagne son fils devant ses vassaux à Niort, à Poitiers et à Limoges en 1170, et suit sans doute sa fille Aliénor, partie épouser à Burgos Alphonse VIII de Castille. Le 30 juin 1172, Aliénor accueille à Limoges les rois d’Aragon et de Navarre, Alphonse II et Sanche VI. Cette période est sans doute celle où Aliénor réside le plus longuement à Poitiers au cœur d’une cour brillante et lettrée [ l'amour courtois ] au sein de laquelle on situe la naissance du traité De l’amour d’André le Chatelain qui devait tant contribuer à la réputation sulfureuse de la reine.
Le 29 décembre 1170, l’assassinat de Thomas Becket, ancien conseiller et favori d’Henri, devenu depuis plusieurs années l’un de ses opposants les plus résolus, met le roi en état de faiblesse ; celui-ci qui avait dû faire publiquement pénitence consent au couronnement de son fils Henri et de Marguerite de France, fille de Louis VII, couronnement célébré à Westminster le 27 septembre 1172. Les relations ne tardent pas à s’aigrir entre Henri II et Henri-le-Jeune, le conflit éclate ouvertement lorsque le père décide de modifier son testament initial pour soustraire à la part d’Henri les châtellenies de Loudun, Chinon et Mirebeau qu’il entend donner à Jean le Puiné. Henri se place alors, lui et ses deux frères Geoffroy et Richard, sous la protection de Louis VII. Il semble qu’Aliénor ait manœuvré ici en sous œuvre. Accompagnant la rébellion des fils, une révolte des principaux seigneurs du Poitou entraîne celle des vassaux du roi anglais dans une grande partie de ses fiefs continentaux mais aussi insulaires.
C’est au cours de ces épisodes troubles que, fuyant la Touraine, la reine déguisée en homme est capturée. Incarcérée à Chinon, elle est emmenée en Angleterre et reléguée dans les résidences royales de la campagne anglaise sous l’étroite surveillance de Ranulf de Glanville, justicier d’Angleterre, et de Ralf Fitz Stephen.
Le roi, persuadé que la reine est à l’origine de la rébellion est d’autant plus attentif à interdire toute action à Aliénor qu’il est désireux d’obtenir l’annulation de son mariage.
La résistance du cardinal Ugucione, nonce apostolique délégué par le Saint Siège, et surtout la mort subite
de Rosamonde Clifford, la maîtresse du roi garantissent à Aliénor le maintien de son titre de reine d’Angleterre.
De là, la reine est accusée de l’assassinat de sa rivale, un pas franchi par les artisans de la « légende noire » sans que rien ne puisse jamais être prouvé.
La disgrâce d’Aliénor
est accrue par le ralliement de ses fils, incapables de résister longtemps à Henri ; la sédition des barons aquitains est définitivement matée en 1183 par Richard Cœur de Lion qui y gagne son surnom. Les succès de Richard éveillent la méfiance de son frère aîné Henri le jeune et des querelles agitent vivement le clan Plantagenêt, mais la mort brutale d’Henri le Jeune en juin 1183 à Martel éteint le conflit.
Le 29 septembre 1183, Henri redistribue les rôles entre ses fils : Richard devenant l’héritier de la couronne devra laisser l’Aquitaine à Jean. Richard refuse et une nouvelle guerre éclate entre lui et Jean allié à son autre frère Geoffroy.
La situation devient menaçante pour le roi d’Angleterre qui craint que le roi de France Philippe Auguste ne saisisse la première occasion pour entrer lui aussi dans le conflit. Henri libère alors Aliénor dans l’espoir qu’elle puisse apaiser les querelles entre ses fils.
C’est ainsi que la reine libérée peut assister sa fille Mathilde, épouse du duc de Saxe, qui met au monde un fils à Winchester. Avant Noël 1184, à Westminster, la paix est jurée entre Richard, Geoffroy et Jean. Pourtant, dès le retour de Richard en Aquitaine, les hostilités reprennent.
Peu après Pâques, en 1185, Henri appelle Aliénor en Normandie et la rétablit à la tête du Poitou, imposant à Richard de se soumettre à sa mère. Richard s’exécute et entreprend la pacification de l’Aquitaine au nom de sa mère qui est reconduite en semi-captivité à Winchester. Geoffroy reprend alors le flambeau de la révolte et se rapproche de Philippe Auguste qui le fait sénéchal de France.
C’est sans doute au cours d’un tournoi qu’il trouve la mort à Paris en août 1186 quelques mois avant que sa femme, Constance, ne donne naissance à son fils posthume, Arthur. Richard, mis au courant de la volonté de son père de redistribuer l’héritage en faveur de Jean prend la suite de Geoffroy à la cour de France puis finit par faire hommage à son père. C’est alors que la nouvelle de la défaite de Hattin, le 4 juillet 1187, provoque un nouvel élan de croisade unanime, mais ce n’est qu’un feu de paille et les querelles entre Richard et son père se ravivent, attisées par le roi de France.
Le vieux roi finit par se soumettre.
Le 6 juillet 1189, le roi d’Angleterre meurt abandonné de tous dans l’église de Chinon. Aliénor libérée assure une sépulture royale à son défunt époux sous les voûtes de l’abbaye de Fontevraud. Les partisans d’Henri sont presque tous choyés et rattachés par des bienfaits multiples au nouveau roi Richard. Le 3 septembre 1189, le couronnement est célébré avec un faste sans précédent et donne lieu pendant trois jours au déroulement d’un banquet royal dont sont exclus les femmes et les juifs.
Le départ pour la troisième croisade (1191-1192) envisagé dès 1187 est encore retardé par la méfiance mutuelle qu’entretiennent les deux rois, Philippe Auguste et Richard Cœur de Lion, un « pacte de non agression » durant la durée de la croisade est en définitive conclu le 13 janvier 1190. Richard s’assure de la tranquillité des seigneurs aquitains en tenant sa cour de la Chandeleur en 1190 à La Réole, une brève campagne l’avait amené à mater quelques seigneurs gascons qui s’étaient indûment fortifiés. Au milieu du mois de mars de la même année, il convoque un conseil de famille en Normandie ; Jean et Geoffroy, leur demi frère, s’y retrouvent auprès d’Aliénor. A Chinon, Richard prend congé de sa mère pour se rendre à Vézelay d’où il part en croisade le 2 juillet.
Aliénor, dont la place auprès du conseil de régence et la position financière ont été assurées par Richard, se charge après le départ de son fils de se rendre à Bordeaux où elle négocie pour Richard la main de Bérengère de Navarre, fille du roi Sanche VI.
Sitôt
du comte de Flandres Philippe d’Alsace, puis avec Henri VI Hohenstauffen qui se rend à Rome pour ceindre la couronne impériale après la mort brutale de son père Frédéric Barberousse dans les eaux de l’Oronte.
Le 30 mars 1191 à Messine, elle remet à Richard sa fiancée
et sa tenue de marié : une tunique de samit rose brodée de croissants d’argent, un chapel écarlate avec des plumes d’oiseau retenues par une agrafe d’or, un baudrier de soie auquel pend le fourreau d’or et d’argent de son épée, une
selle dorée au troussequin orné de deux lions affrontés
Bérengère embarque le jour même et suit Richard qu’elle épouse le 11 mai 1191 dans la cathédrale de Limassol dont venaient de s’emparer les croisés.
Aliénor quitte Messine le 2 avril 1191, gagne Salerne en compagnie de l’archevêque de Rouen Gautier de Coutances, puis Rome où elle veut obtenir le sacre de Geoffroy, fils
bâtard d’Henri II comme archevêque d’York ; Célestin III
tout récemment élu accède à sa demande. Pour Noël, Aliénor est à Bonneville-sur-Touques où elle apprend que le roi de France est revenu dans ses états et menace les possessions anglaises en dépit des accords passés avec Richard. Elle fait fortifier plusieurs châteaux avant de franchir la Manche pour s’opposer aux velléités manifestées par Jean qui veut faire main basse sur le royaume de son frère. Le 11 février 1192, Aliénor est à Portsmouth et entreprend de fortifier les côtes anglaises. Richard informé de la situation est en mesure de rentrer. En effet, sans avoir été triomphaux, les combats qui opposent l’armée des croisés, réduite à sa composante « Plantagenêt », après le retrait dès la fin de l’année 1191,
ne sont pas totalement négatifs pour les chrétiens, et le roi d’Angleterre peut négocier une trêve avec Saladin qui assure le maintien de chevaliers chrétiens en Terre Sainte.
Sur le chemin du retour, Richard tombe dans les mains du duc d’Autriche Léopold V à qui l’oppose un différend déjà ancien ; il est livré à l’empereur germanique Henri VI. Ce denier était de fait l’ennemi juré des Plantagenêt alliés de son principal opposant dans le monde germanique Henri le Lion, duc de Saxe et époux de Mathilde, fille d’Aliénor. Le procédé scélérat motive la rédaction de lettres indignées d’Aliénor au pape Célestin III, mais il faut payer l’énorme rançon contre la liberté de Richard, une somme de cent mille marcs d’argent équivalant à deux années de recettes pour le royaume d’Angleterre. En dépit des difficultés suscitées par le ralliement de Jean au roi de France et par ses manœuvres pour détacher les barons de la fidélité due à Richard, cette somme énorme est réunie en quelques mois par la reine. En décembre 1194, accompagnée d’une escorte impressionnante, elle franchit à nouveau la Manche pour échanger contre ces trente quatre tonnes d’argent la liberté de son fils. Mais ce n’est qu’au terme d’une année de captivité que Richard, accompagné de sa mère, peut regagner l’Angleterre ; en Avril 1194, à Westminster, la restauration du pouvoir de Richard est consacrée par une grande cérémonie après que la reine ait assuré Jean du pardon de son frère.
La reine se retire alors à Fontevraud d’où elle assiste au triomphe de Richard qui, après avoir battu Philippe Auguste à Fréteval et placé son neveu Otton de Brunswick sur le trône du Saint Empire Romain Germanique laissé vacant par la mort d’Henri VI, a assuré la paix dans les possessions continentales des Plantagenêt. Mais au début du mois d’avril 1199, alors qu’il assiège Châlus, Richard est blessé à l’épaule par un carreau d’arbalète, une blessure qui ne guérit pas et lui coûte la vie. Le 6 avril 1199, Richard meurt. Il est enseveli à Fontevraud auprès de son père tandis que son cœur est envoyé à la cathédrale de Rouen. Le mariage avec Bérengère de Navarre avait été stérile ; la succession de Richard oppose Jean Sans Terre, son frère, à son neveu, Arthur de Bretagne, fils de Geoffroy. Aliénor soutient fermement le parti de Jean qui est couronné à Westminster. Pour assurer le pouvoir du dernier de ses fils, elle entreprend une longue chevauchée en Aquitaine où elle octroie ou confirme des chartes de privilèges à un grand nombre de villes. En contrepartie de la reconnaissance de leurs coutumes, ces dernières garantissent au roi anglais un soutien financier et militaire de première importance. Le 29 avril 1199, Aliénor est à Loudun, le 4 mai à Poitiers, le 5 à Montreuil-Bonin. Son parcours la mène ensuite à Niort, puis à Andilly, à La Rochelle, à Saint-Jean d’Angély, et à Saintes. Le premier juillet, Aliénor est à Bordeaux ; le 4 juillet, elle atteint la « fin des terres » à Soulac. Huit jours plus tard, le 11 juillet 1199, elle neutralise l’opposition de Philippe Auguste au pouvoir Plantagenêt en lui faisant hommage pour ses terres aquitaines 
Menant au-delà de simples manœuvres tactiques son projet de pacification, elle imagine ressouder le lien entre les dynasties rivales par le mariage de Blanche, fille du roi de Castille Alphonse VIII et de sa propre fille Aliénor.
A près de quatre-vingt ans, Aliénor négocie l’affaire qui s’accompagne d’un renoncement de la part de Philippe Auguste au soutien qu’il porte à Arthur de Bretagne, prétendant à la succession de Richard Cœur de Lion. Passant par Poitiers et Bordeaux, Aliénor franchit les Pyrénées pour aller chercher Blanche qu’elle accompagne à Bordeaux où elle la remet aux mains des émissaires du roi de France, puis regagne Fontevraud.
Elle est à nouveau tirée de sa retraite par le rocambolesque enlèvement d’Isabelle d’Angoulème perpétré par Jean Sans Terre à la fin de l’été 1200. Isabelle, fille du comte d’Angoulême et âgée de 14 ans, est fiancée à Hugues de Lusignan, comte de la Marche ; le mariage devait sceller l’alliance des maisons d’Angoulême et de la Marche, unifiant un domaine féodal puissant au cœur des possessions Plantagenêt.
C’est peut-être là une des raisons qui poussent Jean Sans Terre, dont l’union avec Havise de Gloucester est restée stérile, à enlever, au mépris de toute convenance et de tout respect du droit féodal, la fiancée de son vassal qu’il s’empresse d’épouser en la cathédrale de Poitiers, avant de la faire couronner le 8 octobre 1200 à Westminster. Aliénor, consciente des risques, marque néanmoins son assentiment en garantissant un douaire à Isabelle en faveur de qui elle consent un transfert de suzeraineté sur les villes de Niort et de Saintes. Parallèlement, elle tente de s’assurer pour le moins de la neutralité du nouveau duc de Bretagne, Guy de Thouars, devenu beau père et protecteur du jeune Arthur par son mariage avec la duchesse Constance, veuve de Geoffroy.
Au terme de deux années au cours desquelles les tentatives d’apaisement de la colère des seigneurs poitevins alternent avec les vexations provoquées par l’arrogance du souverain anglais, Philippe Auguste croit venu le moment de profiter de la situation en convoquant Jean Sans Terre devant la cour de France le 28 avril 1202. La commise, ou confiscation, de tous les biens continentaux du Plantagenêt est prononcée. Poussant l’avantage, il s’empare de la Normandie et envoie en Poitou une armée placée sous le commandement d’Arthur de Bretagne rallié aux Capétiens. Aliénor décide alors de quitter Fontevraud pour trouver refuge à Poitiers. Son voyage est interrompu par une offensive d’Arthur et d’Hugues de Lusignan qui la contraignent à se replier à l’abri des murs de Mirebeau. Le siège est levé par une intervention des troupes de Jean Sans Terre qui fait prisonnier Arthur. De Mirebeau, elle gagne Chinon puis Fontevraud.
C’est à Fontevraud qu’Aliénor passe les deux dernières années de sa vie (1202-1204) durant lesquelles elle assiste, sans pouvoir y remédier, au déclin du pouvoir de son dernier fils. Jean Sans Terre, qui après avoir fait égorger son neveu Arthur dans sa prison de Rouen a perdu l’appui des vassaux que lui avait assurée la diplomatie de sa mère, se montre incapable de maintenir son pouvoir sur la Normandie. Quelques semaines avant sa mort, le 6 mars 1204, elle doit apprendre que le roi de France s’est emparé de Château Gaillard.
Le 31 mars, Aliénor expire ; le lieu de son décès est aussi mystérieux que celui de sa naissance : Poitiers ou Fontevraud ?
C’est en tout cas dans l’église de cette abbaye qu’elle est inhumée en habit de moniale fontevriste, dans une tombe qui ne sera que quelques années plus tard surmontée du gisant, peut être commandé de son vivant, qui l’immortalise sous les traits de la reine pieuse et altière que nous donne à connaître, au-delà des regards malveillants de quelques chroniqueurs, une histoire richement documentée.
http://www.alienor-aquitaine.org/bio/01_heritiere.htm

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Leonor, Duquesa da Aquitânia

Leonor, Duquesa da Aquitânia
Reinado
9 de Abril de 1137 a
31 de março de 1204
Títulos
Rainha de França e de Inglaterra
Condessa de Auvérnia, Bordeaux, Agen, Saintonge, Limousin e Angoumois
Nascimento
circa 1122

Belin, Aquitânia, França
Morte
1 de Abril de 1204

Fontevraud, França
Sepultamento
Igreja da abadia de Fontevraud, França
Antecessor
Guilherme X
Sucessor
João I
Consorte
Luís VII de França
Henrique II de Inglaterra
Filhos
com Luís VII de França
Maria
Alice
com Henrique II de Inglaterra
Guilherme
Henrique
Matilde
Ricardo I
Godofredo II
Leonor
Joana
João I
Casa Real
Poitiers
Pai
Guilherme X
Mãe
Leonor de Châtellerault


Leonor da Aquitânia (1 de Abril de 1122 – 31 de Março de 1204) foi Duquesa da Aquitânia e da Gasconha, Condessa de Poitiers e rainha consorte de França e Inglaterra. Era a filha mais velha de Guilherme X, o Santo (1099 – 1137), a quem sucedeu em 1137, e de Leonor de Châtellerault. A sua fortuna pessoal e o seu apurado sentido político fizeram-na uma das mulheres mais poderosas e influentes da Idade Média.

Primeiros anos
Leonor nasceu na corte mais literata e culta do seu tempo. O seu avô tinha sido Guilherme IX, o Trovador (1071 – 1126), um dos primeiros trovadores e poetas vernaculares. Era ainda um homem extremamente culto, que transmitiu o gosto pela aprendizagem ao herdeiro Guilherme X que, por sua vez, ofereceu uma educação excepcional a suas duas filhas. Leonor e Petronilha eram fluentes em cerca de oito línguas, aprenderam matemática e astronomia e discutiam leis e filosofia a par com os doutores da Igreja. Esta educação, excepcional por serem mulheres e em uma época em que a maior parte dos governantes eram analfabetos, permitiu-lhes desenvolver espírito crítico e sagacidade política, útil especialmente à Leonor que haveria de governar ela própria. Guilherme X teve ainda o gosto de envolver sua herdeira nos variados aspectos do governo, levando-a em várias visitas através dos seus territórios.

Rainha de França
Em 1130 torna-se na herdeira universal do seu pai depois da morte do seu irmão Guilherme Aigret ainda na infância. Sete anos depois sucede em todos os títulos Guilherme X, após a sua morte durante uma peregrinação a Santiago de Compostela. Como senhora de uma porção substancial do que é actualmente França, Leonor de 15 anos tornou-se na noiva mais desejada da Europa. O eleito foi o rei Luis VII de França que, com o casamento, estendeu os seus domínios até aos Pireneus. Era desejo de Guilherme X, expresso no seu testamento, casar a filha com Luís, o Jovem, filho do rei da França (Luís VI). Em troca oferecia ao rei, como dote, a Aquitânia e Poitou.
Estimulou o marido a participar da Segunda Cruzada, (1147 - 1149). Antes da partida, atuou nos preparativos: promoveu torneios para arrecadar recursos, recolheu doações e, como era costume dos cruzados fazer, foi a todas as abadias pedir a bênção e as preces dos religiosos das ordens. Leonor acompanhou a expedição, assim como outras damas da nobreza, mas ela tinha o estatuto de líder feudal do exército da Aquitânia em pé de igualdade com os outros dirigentes. Segundo as lendas tradicionais, Leonor e as suas aias vestiram-se de Amazonas, num traje que incluía parafernália militar. Esta história é duvidosa, mas de qualquer maneira é histórico que o seu comportamento durante a cruzada foi considerado indecoroso pelo papa.
Foi durante a expedição que começaram as divergências entre Leonor e Luís. Leonor era favorável à luta pela reconquista do Condado de Edessa, como estratégia de defesa do Principado de Antioquia, estado cruzado sob o domínio do seu tio Raimundo de Poitiers. Luís considerava mais importante alcançar Jerusalém. A discussão resultou numa rebelião dos cavaleiros da Aquitânia, e o exército ficou dividido. Em consequência, Luís VII decidiu atacar Damasco, mas fracassou.
Em 1149, Luís e Leonor regressaram à Europa, passando por Roma, onde o Papa Eugénio III promoveu a sua reconciliação. A segunda filha do casal, Alice Capeto, nasceu pouco depois, mas o casamento estava perdido. Em 1152 a união é anulada por alegada consaguinidade e, em consequência, Leonor recuperou o controle dos seus territórios, que foram retirados da coroa francesa.

Rainha de Inglaterra
Apenas semanas depois, Leonor casou com Henrique Plantageneta, o futuro Henrique II de Inglaterra, então Conde de Anjou, onze anos mais novo que ela. A relação dos dois pode ter começado antes da união aos olhos da Igreja, como sugere o nascimento ainda no mesmo ano de 1152 de Guilherme, o primeiro filho do casal. No fim da década de 1160, Leonor separou-se de Henrique e retirou-se para a Aquitânia, devido possivelmente aos casos extra-matrimoniais do marido ou da sua insistência em interferir nos assuntos do Ducado de Leonor. A reconciliação nunca chegou e, em 1173 Leonor e os seus três filhos mais velhos Henrique, o Jovem, (1155 - 1183), Ricardo Coração de Leão e Godofredo revoltaram-se contra Henrique II - com o apoio de Luís VII, rei da França e ex-marido de Leonor.  A rebelião familiar gerou outras revoltas em Poitou e motins dos vassalos do rei em grande parte de seus feudos. Henrique II conseguiu controlar a situação e perdoou os filhos. No entanto, mandou prender Leonor que, acusada de ser a instigadora do complô, permaneceu encarcerada por 16 anos, primeiro no Castelo de Chinon, depois em Salisbury, entre outros castelos da Inglaterra.
Em 1189, com a morte do marido e ascensão ao trono do seu filho Ricardo, Leonor é libertada e, com a partida de Ricardo para a Terceira Cruzada (1189 - 1192), tornou-se a regente da Inglaterra.
Leonor morreu em 1204 e encontra-se sepultada na Abadia de Fontevraud, junto de Henrique II e Ricardo I.

Descendência
De Luís VII, rei de França
  • Maria Capeto (1145-1198), casada em 1164 com Henrique I, conde de Champagne e de Troyes
  • Alice Capeto (1150-1195), casada em 1164 com Teobaldo V, conde de Blois e de Chartres
De Henrique II, rei de Inglaterra
  • Guilherme, Conde de Poitiers (1152-1156)
  • Henrique o Jovem, herdeiro de Inglaterra (1155-1183)
  • Matilde Plantageneta (1156-1189), casada com Henrique, O Leão, Duque da Saxônia e da Baviera
  • Ricardo Coração de Leão, rei de Inglaterra (1157-1199)
  • Godofredo, Duque da Bretanha (1158-1186)
  • Leonor Plantageneta (1162-1214), casou com Afonso VIII de Castela
  • Joana Plantageneta (1165-1199), casou com 1) Guilherme II, rei da Sicília e 2) Raimundo, Conde de Toulouse
  • João Sem Terra, rei de Inglaterra (1166-1216)
Precedida por:
Guilherme X
Sucedida por:
João I
Precedida por:
Adelaide de Sabóia
Sucedida por:
Constança de Castela
Precedida por:
Matilde de Bolonha
Sucedida por:
Berengária Ximenes
Precedida por:
Guilherme VIII
Sucedida por:
Guilherme IX


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

domingo, 5 de dezembro de 2010

mais da Lya Luft



Lições para todos os gêneros

No Dia Internacional da Mulher, seria pra lá de interessante a leitura de um texto denominado Um palco para os mitos, uma das partes integrantes do último livro da Lya Luft, Múltipla Escolha, já nas cabeceiras de venda das livrarias. Uma baita advertência que a Lya oferece para mulheres fúteis e homens imaturos, adolescentões, que persistem em não assimilar uma das sabedorias mais esquecidas da atual turbulenta pós-modernidade: “Viver é subir uma escada rolante pelo lado que desce”.

O livro da escritora gaúcha, todo rabiscado e já numa segunda leitura, aponta para as imensas contradições dos seres humanos, que buscam a modernidade, sufocando-se debaixo de mil e um preconceitos e cavilações, de crenças infundadas, malas de culpa e quilos de medo, a confundir, segundo ela, palavra e grito, silêncio e frieza, sexismo e sexualidade, informações computadorizadas e conhecimento assimilado, coerências e delírios. Renegados o saudável bom-senso e o nunca desprezível instinto.

A leitura do livro da Lya Luft traz uma estratégia para uma cidadanização contextualizada: um  combate sem tréguas para a síndrome do “ter de”, uma virose típica dos anos 2000, de contaminação fácil porque se alimenta do próprio ser humano, a maioria possuidora de “força do espírito de rebanho”. E a Lya não titubeia: “é preciso arriscar, trazer nossos enganos até o chão da realidade, remover suas máscaras e sua mística, e escolher, com audácia se for preciso, que portas vamos abrir ou ignorar”.

Dirigindo-se especificamente às mulheres, a escritora não facilita: “Existe ainda uma parcela que se porta de maneira irresponsável e tola. Se nos vestimos e nos conduzimos como menininhas, difícil nos encararem como personalidades maduras. Se nos apresentamos seminuas e com trejeitos sensuais em público, até no trabalho, vai ser mais duro perceberem nosso talento e capacidade”. E não foge à luta: “Se confundimos autoafirmação com falta de limites, colaboramos com isso que começa a surgir, na literatura, televisão e teatro: a triste imagem de mulheres de cinquenta anos ou mais transando com qualquer amigo de filhos (ou até netos), vestindo-se e portando de maneira extravagante ou agressiva, como se tivesse algo a ver com liberdade e independência”. Lembrei-me imediatamente de uma tal de Vieira, que representou um dos papéis importantes do espetáculo de Nova Jerusalém. Sem qualquer estilo ou classe.

Conheço homens, ridículos todos, que se imaginam “enfiadores de carteirinha”, traçando o que aparece pela frente, como envaidecidos polinizadores, pondo sementes em tudo que é entrada postada nas camas e em outros utensílios, principalmente naquelas que se portam como bonequinhas que ambicionam ter corpo sedutor para parceiros de carteiras recheadas. E que se submetem a caricaturas de transa, onde as decepções acontecem tão logo ultrapassadas as manobras binárias.

Para mulheres infantis e homens imaturos, de bagagem interior deficitária, o medo do envelhecimento é gigantesco. E as aplicações de botox, enfiox, tirox, e um monte de oxes outros, buscam escamotear uma realidade incontestável: “o espírito é mais importante do que rugas, manchas, andar lento e corpo encolhido; o espírito próprio de cada idade”. E feliz daqueles que são proprietários de chipas de bom humor, o que elimina as rugas da alma, as nostalgias sem qualquer significado. A Lya é taxativa: “nenhum artifício, por mais habil que seja, substitui uma mente arejada, a alegria de viver e o prazer das coisas”.

A escritora gaúcha, quando professora universitária, costumava dizer para seus alunos: “Vocês são melhores do que a família, a universidade, a sociedade fazem vocês acreditar que são. Podem render mais, trabalhar melhor e com muito mais prazer”. Um incentivo que produz cada vez mais cabritos amados por Deus, jamais ovelhas rabugentas, de cabeças baixas e traseiras permanentemente submissas às varas.

“Não costumo pensar em mim como mulher, mas como ser humano”, enfatiza a Lya Luft, em seu livro chegado em boa hora nas livrarias brasileiras, onde duas mulheres disputam a presidência da República, sem nunca terem abandonado o ser-mulher, cada uma delas com seu próprio estilo.

PS. O livro de Lya Luft é também muito recomendado para pais e mães abiscoitados, profissionais menos antenados que militam na área da infância e da juventude e religiosos(as) que andam de olhinhos revirados, sempre suspirosos, como se estivessem num inebriante além onde já estariam  eternizados antes da hora.

Fernando Antônio Gonçalves
no seu blog  Bate e Rebate

postado em 30.09.2010

http://pe360graus.globo.com/noticias/cidades/opiniao/2010/09/30/BLG,5711,4,529,NOTICIAS,890-LICOES-TODOS-GENEROS.aspx