domingo, 31 de janeiro de 2010

Você tem que encontrar o que você ama - tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição.


recebi esse link hoje de manhã pelo meu twitter, já tinha ouvido falar desse texto, mas ainda não tinha ouvido todo o discurso, no final vou cololar o vídeo completo.


Esta é a tradução endereçando os graduandos da Universidade de Stanford, por Steve Jobs em 12 de Junho de 2005. Coincidentemente, esbarrei nesse vídeo novamente, exatamente 2 anos depois. Todos sabemos que Steve Jobs faz excelentes discursos, mas este é particularmente interessante. No fundo pode parecer piegas, ultrapassado, mas contém algumas das lições que eu mesmo aprendi. A ironia é que as únicas pessoas que apreciarão esse texto, são as que já sabem o que ele quer dizer.





Você tem que encontrar o que você ama

Estou honrado de estar aqui, na formatura de uma das melhores universidades do mundo. Eu nunca me formei na universidade. Que a verdade seja dita, isso é o mais perto que eu já cheguei de uma cerimônia de formatura. Hoje, eu gostaria de contar a vocês três histórias da minha vida. E é isso. Nada demais. Apenas três histórias.

A primeira história é sobre ligar os pontos.

Eu abandonei o Reed College depois de seis meses, mas fiquei enrolando por mais 18 meses antes de realmente abandonar a escola. E por que eu a abandonei? Tudo começou antes de eu nascer. Minha mãe biológica era uma jovem universitária solteira que decidiu me dar para a adoção. Ela queria muito que eu fosse adotado por pessoas com curso superior. Tudo estava armado para que eu fosse adotado no nascimento por um advogado e sua esposa. Mas, quando eu apareci, eles decidiram que queriam mesmo uma menina.

Então meus pais, que estavam em uma lista de espera, receberam uma ligação no meio da noite com uma pergunta: “Apareceu um garoto. Vocês o querem?” Eles disseram: “É claro.”

Minha mãe biológica descobriu mais tarde que a minha mãe nunca tinha se formado na faculdade e que o meu pai nunca tinha completado o ensino médio. Ela se recusou a assinar os papéis da adoção. Ela só aceitou meses mais tarde quando os meus pais prometeram que algum dia eu iria para a faculdade. E, 17 anos mais tarde, eu fui para a faculdade. Mas, inocentemente escolhi uma faculdade que era quase tão cara quanto Stanford. E todas as economias dos meus pais, que eram da classe trabalhadora, estavam sendo usados para pagar as mensalidades. Depois de seis meses, eu não podia ver valor naquilo.

Eu não tinha idéia do que queria fazer na minha vida e menos idéia ainda de como a universidade poderia me ajudar naquela escolha. E lá estava eu, gastando todo o dinheiro que meus pais tinham juntado durante toda a vida. E então decidi largar e acreditar que tudo ficaria ok.

Foi muito assustador naquela época, mas olhando para trás foi uma das melhores decisões que já fiz. No minuto em que larguei, eu pude parar de assistir às matérias obrigatórias que não me interessavam e comecei a frequentar aquelas que pareciam interessantes. Não foi tudo assim romântico. Eu não tinha um quarto no dormitório e por isso eu dormia no chão do quarto de amigos. Eu recolhia garrafas de Coca-Cola para ganhar 5 centavos, com os quais eu comprava comida. Eu andava 11 quilômetros pela cidade todo domingo à noite para ter uma boa refeição no templo hare-krishna. Eu amava aquilo.

Muito do que descobri naquela época, guiado pela minha curiosidade e intuição, mostrou-se mais tarde ser de uma importância sem preço. Vou dar um exemplo: o Reed College oferecia naquela época a melhor formação de caligrafia do país. Em todo o campus, cada poster e cada etiqueta de gaveta eram escritas com uma bela letra de mão. Como eu tinha largado o curso e não precisava frequentar as aulas normais, decidi assistir as aulas de caligrafia. Aprendi sobre fontes com serifa e sem serifa, sobre variar a quantidade de espaço entre diferentes combinações de letras, sobre o que torna uma tipografia boa. Aquilo era bonito, histórico e artisticamente sutil de uma maneira que a ciência não pode entender. E eu achei aquilo tudo fascinante.

Nada daquilo tinha qualquer aplicação prática para a minha vida. Mas 10 anos mais tarde, quando estávamos criando o primeiro computador Macintosh, tudo voltou. E nós colocamos tudo aquilo no Mac. Foi o primeiro computador com tipografia bonita. Se eu nunca tivesse deixado aquele curso na faculdade, o Mac nunca teria tido as fontes múltiplas ou proporcionalmente espaçadas. E considerando que o Windows simplesmente copiou o Mac, é bem provável que nenhum computador as tivesse.

Se eu nunca tivesse largado o curso, nunca teria frequentado essas aulas de caligrafia e os computadores poderiam não ter a maravilhosa caligrafia que eles têm. É claro que era impossível conectar esses fatos olhando para frente quando eu estava na faculdade. Mas aquilo ficou muito, muito claro olhando para trás 10 anos depois.

De novo, você não consegue conectar os fatos olhando para frente. Você só os conecta quando olha para trás. Então tem que acreditar que, de alguma forma, eles vão se conectar no futuro. Você tem que acreditar em alguma coisa – sua garra, destino, vida, karma ou o que quer que seja. Essa maneira de encarar a vida nunca me decepcionou e tem feito toda a diferença para mim.


Minha segunda história é sobre amor e perda.

Eu tive sorte porque descobri bem cedo o que queria fazer na minha vida. Woz e eu começamos a Apple na garagem dos meus pais quando eu tinha 20 anos. Trabalhamos duro e, em 10 anos, a Apple se transformou em uma empresa de 2 bilhões de dólares e mais de 4 mil empregados. Um ano antes, tínhamos acabado de lançar nossa maior criação — o Macintosh — e eu tinha 30 anos.

E aí fui demitido. Como é possível ser demitido da empresa que você criou? Bem, quando a Apple cresceu, contratamos alguém para dirigir a companhia. No primeiro ano, tudo deu certo, mas com o tempo nossas visões de futuro começaram a divergir. Quando isso aconteceu, o conselho de diretores ficou do lado dele. O que tinha sido o foco de toda a minha vida adulta tinha ido embora e isso foi devastador. Fiquei sem saber o que fazer por alguns meses.

Senti que tinha decepcionado a geração anterior de empreendedores. Que tinha deixado cair o bastão no momento em que ele estava sendo passado para mim. Eu encontrei David Peckard e Bob Noyce e tentei me desculpar por ter estragado tudo daquela maneira. Foi um fracasso público e eu até mesmo pensei em deixar o Vale [do Silício].

Mas, lentamente, eu comecei a me dar conta de que eu ainda amava o que fazia. Foi quando decidi começar de novo. Não enxerguei isso na época, mas ser demitido da Apple foi a melhor coisa que podia ter acontecido para mim. O peso de ser bem sucedido foi substituído pela leveza de ser de novo um iniciante, com menos certezas sobre tudo. Isso me deu liberdade para começar um dos períodos mais criativos da minha vida. Durante os cinco anos seguintes, criei uma companhia chamada NeXT, outra companhia chamada Pixar e me apaixonei por uma mulher maravilhosa que se tornou minha esposa.

A Pixar fez o primeiro filme animado por computador, Toy Story, e é o estúdio de animação mais bem sucedido do mundo. Em uma inacreditável guinada de eventos, a Apple comprou a NeXT, eu voltei para a empresa e a tecnologia que desenvolvemos nela está no coração do atual renascimento da Apple.

E Lorene e eu temos uma família maravilhosa. Tenho certeza de que nada disso teria acontecido se eu não tivesse sido demitido da Apple.

Foi um remédio horrível, mas eu entendo que o paciente precisava. Às vezes, a vida bate com um tijolo na sua cabeça. Não perca a fé. Estou convencido de que a única coisa que me permitiu seguir adiante foi o meu amor pelo que fazia. Você tem que descobrir o que você ama. Isso é verdadeiro tanto para o seu trabalho quanto para com as pessoas que você ama.

Seu trabalho vai preencher uma parte grande da sua vida, e a única maneira de ficar realmente satisfeito é fazer o que você acredita ser um ótimo trabalho. E a única maneira de fazer um excelente trabalho é amar o que você faz.

Se você ainda não encontrou o que é, continue procurando. Não sossegue. Assim como todos os assuntos do coração, você saberá quando encontrar. E, como em qualquer grande relacionamento, só fica melhor e melhor à medida que os anos passam. Então continue procurando até você achar. Não sossegue.

Minha terceira história é sobre morte.

Quando eu tinha 17 anos, li uma frase que era algo assim: “Se você viver cada dia como se fosse o último, um dia ele realmente será o último.” Aquilo me impressionou, e desde então, nos últimos 33 anos, eu olho para mim mesmo no espelho toda manhã e pergunto: “Se hoje fosse o meu último dia, eu gostaria de fazer o que farei hoje?” E se a resposta é “não” por muitos dias seguidos, sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo — expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar — caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante. Não há razão para não seguir o seu coração.

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Há um ano, eu fui diagnosticado com câncer. Era 7h30 da manhã e eu tinha uma imagem que mostrava claramente um tumor no pâncreas. Eu nem sabia o que era um pâncreas.

Os médicos me disseram que aquilo era certamente um tipo de câncer incurável, e que eu não deveria esperar viver mais de três a seis semanas. Meu médico me aconselhou a ir para casa e arrumar minhas coisas — que é o código dos médicos para “preparar para morrer”. Significa tentar dizer às suas crianças em alguns meses tudo aquilo que você pensou ter os próximos 10 anos para dizer. Significa dizer seu adeus.

Eu vivi com aquele diagnóstico o dia inteiro. Depois, à tarde, eu fiz uma biópsia, em que eles enfiaram um endoscópio pela minha garganta abaixo, através do meu estômago e pelos intestinos. Colocaram uma agulha no meu pâncreas e tiraram algumas células do tumor. Eu estava sedado, mas minha mulher, que estava lá, contou que quando os médicos viram as células em um microscópio, começaram a chorar. Era uma forma muito rara de câncer pancreático que podia ser curada com cirurgia. Eu operei e estou bem.

Isso foi o mais perto que eu estive de encarar a morte e eu espero que seja o mais perto que vou ficar pelas próximas décadas. Tendo passado por isso, posso agora dizer a vocês, com um pouco mais de certeza do que quando a morte era um conceito apenas abstrato: ninguém quer morrer. Até mesmo as pessoas que querem ir para o céu não querem morrer para chegar lá.

Ainda assim, a morte é o destino que todos nós compartilhamos. Ninguém nunca conseguiu escapar. E assim é como deve ser, porque a morte é muito provavelmente a principal invenção da vida. É o agente de mudança da vida. Ela limpa o velho para abrir caminho para o novo. Nesse momento, o novo é você. Mas algum dia, não muito distante, você gradualmente se tornará um velho e será varrido. Desculpa ser tão dramático, mas isso é a verdade.

O seu tempo é limitado, então não o gaste vivendo a vida de um outro alguém.

Não fique preso pelos dogmas, que é viver com os resultados da vida de outras pessoas.

Não deixe que o barulho da opinião dos outros cale a sua própria voz interior.

E o mais importante: tenha coragem de seguir o seu próprio coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você realmente quer se tornar. Todo o resto é secundário.

Quando eu era pequeno, uma das bíblias da minha geração era o Whole Earth Catalog. Foi criado por um sujeito chamado Stewart Brand em Menlo Park, não muito longe daqui. Ele o trouxe à vida com seu toque poético. Isso foi no final dos anos 60, antes dos computadores e dos programas de paginação. Então tudo era feito com máquinas de escrever, tesouras e câmeras Polaroid.

Era como o Google em forma de livro, 35 anos antes de o Google aparecer. Era idealista e cheio de boas ferramentas e noções. Stewart e sua equipe publicaram várias edições de Whole Earth Catalog e, quando ele já tinha cumprido sua missão, eles lançaram uma edição final. Isso foi em meados de 70 e eu tinha a idade de vocês.

Na contracapa havia uma fotografia de uma estrada de interior ensolarada, daquele tipo onde você poderia se achar pedindo carona se fosse aventureiro. Abaixo, estavam as palavras:

“Continue com fome, continue bobo.”

Foi a mensagem de despedida deles. Continue com fome. Continue bobo. E eu sempre desejei isso para mim mesmo. E agora, quando vocês se formam e começam de novo, eu desejo isso para vocês. Continuem com fome. Continuem bobos.

Obrigado.

Fonte:
Stanford Report, June 14, 2005




segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MORRER EM VIDA É FATAL


MARTHA MEDEIROS


Nunca esqueci de uma senhora que, ao responder por quanto tempo pretendia trabalhar, respondeu com toda a convicção: “Até os 100 anos”.
O repórter, provocador, insistiu: “E depois?”.

“Ué, depois vou aproveitar a vida”.

É de se comemorar que as pessoas aparentem ter menos idade do que realmente têm e que mantenham a vitalidade e o bom humor intactos – os dois grandes elixires da juventude. No entanto, cedo ou tarde (cada vez mais tarde, aleluia), envelheceremos todos. Não escondo que isso me amedronta um pouco. Ainda não cheguei perto da terceira idade, mas chegarei, e às vezes me angustio por antecipação com a dor inevitável de um dia ter que contrapor meu eu de dentro com meu eu de fora. Rugas, tudo bem. Velhice não é isso, conheço gente enrugada que está saindo da faculdade. A velhice tem armadilhas bem mais elaboradas do que vincos em torno dos olhos. Ela pressupõe uma desaceleração gradativa: descer escadas de forma mais cautelosa, ser traída pela memória com mais regularidade, ter o corpo mais flácido, menos frescor nos gestos, os órgãos internos não respondendo com tanta presteza, o fôlego faltando por causa de uma ladeira à toa, ainda que isso nem sempre se cumpra: há muitos homens e mulheres que além de um ótimo aspecto, mantêm uma saúde de pugilista.

A comparação com os pugilistas não é de todo absurda: é de briga mesmo que estamos falando. A briga contra o olhar do outro. Muitos se queixam da pior das invisibilidades: “Não me olham mais com desejo”. Ouvi uma mulher belíssima dizer isso num programa de tevê, e eu pensei: não pode ser por causa da embalagem, que é tão charmosa. Deve estar lhe faltando ousadia, agilidade de pensamento, a mesma gana de viver que tinha aos 30 ou 40. Ela deve estar se boicotando de alguma forma, porque só cuidar da embalagem não adianta, o produto interno é que precisa seguir na validade. Quem viu o filme Fatal deve lembrar do professor sessentão, vivido por Ben Kingsley, que se apaixona por uma linda e jovem aluna (Penélope Cruz) e passa a ter com ela um envolvimento que lhe serve como tubo de oxigênio e ao mesmo tempo o faz confrontar-se com a própria finitude. No livro que deu origem ao filme (O Animal Agonizante, de Philip Roth), há uma frase que resume essa comovente ansiedade de vida: “Nada se aquieta, por mais que a gente envelheça”. Essa é a ardileza da passagem do tempo: ela não te sossega por dentro da mesma forma que te desgasta por fora. O corpo decai com mais ligeireza que o espírito, que, ao contrário, costuma rejuvenescer quando a maturidade se estabelece.

Como compensar as perdas inevitáveis que a idade traz? Usando a cabeça: em vez de lutarmos para não envelhecer, devemos lutar para não emburrecer. Seguir trabalhando, viajando, lendo, se relacionando, se interessando e se renovando.

Porque se emburrecermos, aí sim, não restará mais nada.



Zero Hora - 03 de maio de 2009


Os lúcidos - Marta Medeiros



Às vezes a fronteira lucidez e insensatez pode ser bem tênue ou então como distingui-las ?


QUANDO ALGUÉM DIZ QUE VOCÊ É muito lúcido, seu ego fica massageado, não fica? Lucidez, num mundo insano como este, é ouro em pó. Outro dia me disseram que eu era muito lúcida e foi como se tivessem me dito que eu era uma jóia rara. Enfiei o elogio no bolso e voltei pra casa me sentindo a tal. Depois do jantar, abri um livro de poemas de um querido amigo, Celso Gutfreind, que além de poeta é psiquiatra, mas não atentei para o perigo da combinação. No meio da leitura, encontrei lá um verso que dizia: “Nada neste mundo é mais falso do que um lúcido”. Meu castelo de cartas ruiu.

Lúcidos, nós?? Certo está meu amigo Celso: não há a mínima chance. Podemos, quanto muito, disfarçar, tentar, arriscar uma lucidez rapidinha para ajudar um filho a decidir um caminho, ou para escolher o nosso, mas com que garantias? Somos todos franco-atiradores diante dos medos, dos riscos, dos erros.

Acordo de manhã desejando fazer a mala, colocá-la no meu carro e pegar uma estrada que me leve para longe de mim, mas ao meio-dia estou sentadinha na sala de jantar comendo arroz, feijão, bife e batatas fritas com um sorriso no rosto e cronometrando as horas para não me atrasar para a mamografia: uma mulher lúcida, extremamente.

Tem noites em que o sono não vem, me reviro na cama deixando que me invadam os piores prognósticos: não sobreviverei ao dia de amanhã, não terei como pagar as contas, quem me cuidará quando eu for velha, o que faço com aquela camiseta tenebrosa que comprei, não posso esquecer de telefonar, de dizer, de avisar, e o escuro do quarto pesa sobre minha insensatez, até que o dia amanheça e me traga de volta a lucidez.

Enquanto trabalho com ar de moça séria e ajuizada, minha cabeça parece uma metralhadora giratória, os pensamentos sendo disparados a esmo: digo ou não digo; fico ou não fico; tento ou não tento — quem de mim é a sã e quem é a louca, por que ontem eu não estava a fim e hoje estou tão apaixonada, como estarei raciocinando daqui a duas horas, em linha reta ou por vias tortas? Alguém bate na porta interrompendo meus devaneios, é o zelador entregando a correspondência, eu agradeço e sorrio, gentil, demonstrando minha perfeita sanidade.

Que controle tenho eu sobre o que ainda não me aconteceu? E sobre o já acontecido, que segurança posso ter de que minha memória seja justa, de que minhas lembranças não tenham sido corrompidas? Quero e não quero a mesma coisa tantas vezes ao dia, alterno o sim e o não intimamente, tenho dúvidas impublicáveis, e ainda assim me visto com sobriedade, respondo meus e-mails e não cometo infrações de trânsito, sou confiável, sou uma doida.

E essa constatação da demência que os dias nos impingem não seria lucidez das mais requintadas? É de pirar.

E-mail: martha.medeiros@oglobo.com.br


domingo, 24 de janeiro de 2010

COISAS DA INTERNET... pesquei por aí...

não consegui indentificar o autor, em várias páginas diferentes, várias autorias diferentes... por isso não vou atribuir a ninguém, nem tampouco a mim... se jogar no Google vc vai ver... mas é um texto interessante pq fala de coisas que eu já senti aqui, ao teclar com vc, pelas coisas que vc escreveu, pelo que eu imaginei, eu sei, mas posso afirmar que da minha parte foi tudo muito verdadeiro o que senti, pena que mais uma vez me decepcionei.



Estranho e gostoso esse
sentimento de "gostar"
Gostar sem olhar
Gostar sem sentir
Gostar sem tocar
Gostar apenas ao teclar
Palavras bonitas, que mexem com a gente,
Que nos fazem sonhar... Imaginar.
Como seria bom estar ao lado,
Daquela pessoa que está ali
Tão perto e ao mesmo tempo tão distante.
Separada por uma tela
Essa tela que dizem ser tão fria,
Mas que é capaz de aquecer muitos corações
Como aquece o meu, o seu e de muitos.



HOPE



"Esperança é a certeza de que algo de bom
vai acontecer, é a confiança que tudo vai dar certo.

Todos devemos ter essa esperança, para
que não nos sintamos caídos e para que nosso
coração esteja menos pesado.

Desejoque você, tenha sempre a esperança, que ela
permaneça sempre em seus
pensamentos.

Desejo que você nunca desista,
porque enquanto houver a esperança,
nenhum sonho está perdido."



sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

TRADIÇÕES ANCESTRAIS



"Que o caminho seja brando aos seus pés,
que o vento sopre leve em seus ombros,
que o Sol brilhe cálido sobre sua face,
que as chuvas caiam serenas em seus campos.
E, até que nos vejamos outra vez,
que os Deuses e as Deusas lhe guardem
nas palmas de Suas mãos."
Que assim seja, que assim se faça e assim será!
(antiga benção pagã irlandesa)




ORAÇÃO CELTA

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz




que o Criador de Tudo e Todas as Coisas e o
amado Mestre dos Mestres
ilumine teus dias assim como teus passos.
beijos na alma e no coração.





e das bandas do Oriente...

.... Deixo então um presente, trecho de um livro, em forma da sábia saudação das terras banhadas pelas areias do deserto, que por certo acalma um pouco a saúde da alma:
Curvando-se, levou a mão direita ao peito, tocando-o com o indicador, depois aos lábios, aos olhos e à fronte, saudando como era costume dos povos nômades do deserto, falando:
- Com meu coração, meus lábios, meus olhos e minha alma estou a vos servir.
(desconheço o autor)

Salam ♥ Aleikum



domingo, 10 de janeiro de 2010

ORA (DIREIS), OUVI ESTRELAS...



Eu tava no banho ainda agora, e do nada, (claro que nada é por acaso, que essa frase veio a minha mente) sem saber direito o porque, me deu vontade de postá-las aqui.
De qualquer maneira, são lindas poesias.





Via Láctea

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso"! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora! "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las:
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas".



Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar.

Olavo Bilac




sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

OS RISCOS DA VIDA

Hoje é um dia especial...
Todos os dias são especiais,
Mas o hoje é mais especial , esperando que magias revelem seus truques...
Não queria desperdiçar minha vida em pensamentos, por mais que o faça;

Sei que a vida é um risco, podemos arriscar ficar ou não presos a indecisões e dúvidas... dificilmente eu fico em dúvida em relação a alguma coisa, no máximo, o que pode acontecer é eu me dar um tempo para o problema amadurecer dentro de mim, para que a solução apareça de algum lugar em mim, onde algum tipo de sabedoria instintiva habita...

Gostaria de não pensar tanto, de me lançar mais... tento viver o Hoje, mesmo pensando mais do que minha saúde mental agradeceria , mas em relação ao Amanhã, eu entrego ao processo da Vida, entendo que no Presente sempre estou tentando fazer o meu melhor, então: ONTEM é passado, AMANHÃ sempre um imponderável, HOJE é um exercício, alguns chamam de dádiva, por isso chamado"Presente!!"

HOJE EU quero me sentir muito alegre, não, esse não é bem o termo, bem, confortável com as minhas escolhas, consciente com o que estou fazendo, com a minha vida, pesando nas experiências do passado, viver o meu dia com muita simplicidade, me distrair com coisas assim agradecer pelas bênçãos que recebo do meu bondoso Deus, sorrir e quando me lembro, cantar e dançar, enfim, valorizar o meu momento presente.

Hoje eu quero ouvir minhas musicas preferidas, olhar as nuvens que passam, as flores nos jardins, os pássaros a voar, pisar de pés descalços e principalmente, sentir que não estou sozinha.

A brisa, o ar, o calor, a luz, a paz, a saudade e esse sentimento de plenitude, me fazem companhia. Hoje eu quero ser tranquila ! Usufruir cada vez mais desse sentimento...


LEMBRANDO-ME SEMPRE QUE: A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego... de tanto rir... de surpresa... de êxtase... de FELICIDADE... ( pode ser estranho dizer uma coisa dessas, mas de verdade acho que fui feliz muitas poucas vezes nessa vida, ainda persigo esse sentimento, talvez erroneamente o localizo num amor, num romance, já que o conquistei em tantas outras áreas, por tudo que já alcancei )





segunda-feira, 4 de janeiro de 2010



a noite tá tão gostosa, mas eu tô meio "downs"...
de uma tristeza antiga que sempre me acompanha e constantemente se repete, desde que me entendo por gente.
nem por isso perco a capacidade de apreciar a beleza do céu lindo estrelado, da lua brilhante, da brisa refrescante e acariciante...
um grande sentimento de cansaço, de falta de refazimento, de não ter de onde tirar o abastecimento para ter a energia necessária pra doar nos momentos que ela seria necessária, tendo um shut down para o mundo, uma imensa vontade e necessidade de dormir muito, e ao mesmo tempo, querendo voltar a ter a vitalidade que um dia já tive, mas precisando muito desse isolamento e recolhimento.
vou dar boa noite pra noite, lembrando do lindo passeio da véspera, depois posto uma foto aqui, pra ficar registrada.
sempre é muito bom escrever...


sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

TUDO QUE SE QUER

Eu amo essa música,
traduzida do musical "O Fantasma da Ópera" e cantada de uma forma muito romântica e com muita sintonia entre o Emílio Santiago e a Verônica Sabino,
vou deixar aqui pra me lembrar que é assim que entendo que um casal pode ser, companheiro, parceiro, amigo, muito mais do que só amantes...
uma fusão de sentimentos e cometimentos que elevam as almas de dois seres numa jornada difícil que é a vida, ainda mais compartilhada,
mas que se levada numa perspectiva de aprendizagem, se enriquece ainda mais se existe esse pacto sincero estabelecido de se fazer o melhor de um para o outro.
Como no filme 'Melhor Impossível": por você, eu sou uma pessoa melhor...
mesmo na troca física, essa troca faça com que eu descubra coisas sobre mim que eu continue a crescer e ter mais segurança e respeito e afirmação pessoal, pois continua sendo uma troca sublime, em tudo que ela tem pra oferecer...
em toda sua gloriosa experiência...




TUDO QUE SE QUER

Emilio Santiago

Olha nos meus olhos, esquece o que passou
Aqui nesse momento, silencio e sentimento
Sou o teu poeta, eu sou o teu cantor
Teu rei e teu escravo
Teu rio e tua estrada

Verônica Sabino

Vem comigo meu amado amigo
Nessa noite clara de verão
Seja sempre meu melhor presente
Seja tudo sempre como é
É tudo que se quer

Emilio Santiago

Leve como o vento, quente como o sol
Em paz na claridade, sem medo e sem saudade

Verônica Sabino

Livre como o sonho, alegre como a luz
Desejo e fantasia, em plena harmonia

Emilio Santiago

Eu sou teu homem, sou teu pai, teu filho
Sou aquele que te tem amor
Sou teu padre, teu melhor amigo
Vou contigo seja aonde for e onde estiver estou

Verônica Sabino e Emilio Santiago

Vem comigo meu amado amigo
Sou teu barco neste mar de amor
Sou a vela que te leva longe, da tristeza eu sei, eu vou
E onde estiver estou...



(acrescentei essa parte em 09/01/10, ligeiramente modificada da original)


em várias partes dessa música, eu me vejo esquecendo realmente tudo que passei,
e que de maneira breve já te contei
que meu parceiro pode ser meu rei,
será que eu tenho que te dizer tudo o que imagino que na vai na minha mente?
depois de tudo que já teclei com vc?? rsrs
mas depois eu sou mais séria, dizendo pro meu amado o qt seria sua parceira
fechando com ele,
do meu jeito,
mas prometendo essa parceria pra vida!!! verdadeira amiga, companheira,
pro que der e vier
conseguir repousar ao lado dessa pessoa,
como nunca antes,
ter a liberdade de rir, de ser criança sem medo de ser reprimido ou criticado,
ser aceito com se é,
esse 'sou teu homem' pra mim é igual ao ser 'meu senhor',
ao mesmo tempo alguém pra eu cuidar com todo meu cuidado, amor e carinho,
como só eu sei fazer,
pra contar em todas as horas
eu prometo que todas essas coisas serão retribuídas em igual valor
estarei te contendo em mim, em todas as instâncias
carregando pra longe aquilo que nunca te fez bem
aceitando em mim aquilo que vc sempre pede pra ver como “prova"
desse prazer total e absoluto compartilhado por dois seres que não são um,
mas que tentam se fundiram em alguns momentos...