quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

menos calúnia, por favor!!

Sisters, eu ia escrever minha semana no blog, mas vou aproveitar essa história caluniosa de velhinha pra cá, e velhinha pra lá, e vou colocar aqui o que vou postar lá, rsrs..... aproveitando uns ganchos com o que a gente tem conversado, of course....

alto lá: posso quase estar cinquentona, mas o que estou de verdade é trombo-embólica-pulmonar!!!!! TEP pros íntimos, kkkkkkkkkkkk  velhinha é outra coisa!!!! são as minhas colegas de piscina, que me humilham e me deixam no chinelo!!
tem uma, que terças e quintas faz piscina comigo, aparentemente tem sequelas de um derrame, mas é uma fofa, vai com acompanhante que é uma figuraça!, e nas segundas, quartas e sextas, vai na MUSCULAÇÃO!!! quer dizer, tá todo dia lá, en-ten-de-ram???
eu quase me escondo dela, rsrs.... de tão humilhante que é!!!!
ela ainda disputa comigo a cadeira depois do banho, pra gente se enxugar, e eu morro de calor dentro do banheiro, então é uma guerra silenciosa, eu ligo o ventilador, a acompanhante dela tb gosta, mas aí ela reclama que despenteia o cabelinho dela, que ela não consegue se pentear direito, rsrs....  e eu fingo que não tô vendo... as outras dizem que vão pegar pneumonia, mesmo eu explicando que não existe nenhuma contra-indicação médica pra um ventinho depois do banho, que seria igual a estar numa praia ou numa piscina, qd a pessoa se molha e pega uma brisa, mas sabe como é, tem que ser como elas querem, e ficam lá, resmungando (ou quase cacarejando baixinho entre elas, o grupo pró, e o grupo contra e aí as acompanhantes idem) e aí eu faço minha cara de "doutoura" e mantenho minha pose, rsrs.... pelo menos não sufoco num banheiro relativamente pequeno com senhôras que ADORAM banho com o chuveiro na chave pra -pasmem: INVERNO!!!!!
E finalmente, depois de aspergir meu delicioso perfuminho francês, me montar que nem uma drag, botar a make-up combinando com a produção, isso tudo em quinze minutos!!!, saio correndo pq termina o período que posso estacionar o carro sem levar multa em frente a academia, e tenho uns vinte minutinhos pra chegar no consultório, e fico lá até a noite...
mais o cond que deu umas tretas pra resolver, e a semana foi bem heavy,
por isso tenho andado mortinha...
sem Lapa e sem daBoa no finde... so sorry!!!!

We will celebrate otherwise, for sure!
fondly yours, 
A.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Não sei quantas almas tenho - Fernando Pessoa

ouvi o Juca de Oliveira declamando hj pela manhã na BandNewsFMRio, e, como toda boa poesia, fala muito ao coração... tenho um professor que ensinava que nem sempre os livros de Psicologia vão conseguir traduzir os estados complexos que trazemos na alma, mas que a arte, a música, a poesia, essas poderiam em determinados momentos sintetizar a gama das experiências humanas. Me pareceu que esse texto fosse um desses tais momentos...


Não sei quantas almas tenho. Cada momento mudei.

Continuamente me estranho. Nunca me vi nem acabei.

De tanto ser, só tenho alma. Quem tem alma não tem calma.

Quem vê é só o que vê, quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo, torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo é do que nasce e não meu.

Sou minha própria paisagem; Assisto à minha passagem, diverso, móbil e só,

Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo como páginas, meu ser.

O que segue não prevendo,

O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li o que julguei que senti.

Releio e digo : "Fui eu ?"

Deus sabe, porque o escreveu.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Ter um deus dentro de si"

"Ter um deus dentro de si"


A palavra entusiasmo vem do grego e significa "ter um deus dentro de si".
A pessoa entusiasmada era aquela "preenchida" por um dos deuses e por isso poderia transformar a natureza e fazer as coisas acontecerem.
Segundo os gregos, só as pessoas entusiasmadas eram capazes de vencer os desafios do cotidiano, criar uma realidade ou modificá-la. Portanto, era preciso entusiasmar-se, ou seja, "abrigar um deus em si"!
Por isso, as pessoas entusiasmadas acreditam em si, agem com serenidade, alegria e firmeza. E  acreditam igualmente nos outros entusiasmados.
Não é o sucesso que traz o entusiasmo, é o entusiasmo que traz o sucesso.
O entusiasmo é bem diferente do otimismo. Otimismo significa esperar que
uma coisa dê certo.
Entusiasmo é acreditar que é possível fazer dar certo.

sábado, 15 de janeiro de 2011

eu sou de Friburgo

“No man is na island, entire of itself; every man is a piece of the continent, a part of the main. If a clod be washed away by the sea, Europe is the less, as well as if promontory were, as well as if a manor of thy friend’s or of thine own were. Any man’s death diminishes me, because I am involved in mankind; and therefore never send to know for whom the bell tolls; it tolls for thee”.

John Donne, poeta inglês do século XVI, em seu famoso texto “Meditações XVII”, escreveu esse belíssimo trecho, mais tarde usado pelo escritor norte-americano Ernest Hemingway em seu romance “Por quem os sinos dobram”, citação esta transcrita aqui em inglês, abaixo traduzida, que sempre me encantou, e que mais tarde virou filme com Ingrid Bergman e Gary Cooper:

“Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo;
cada homem é parte do continente, parte do todo;
se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor,
como se fosse um promontório,
assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua;
a morte de qualquer homem me diminui,
porque eu sou parte da humanidade;
e por isso,
nunca procure saber por quem os sinos dobram,
eles dobram por ti”.

A razão de meu encanto pela citação acima não é apenas sua beleza poética, é seu sentido mais profundo: John Donne já sugeria que nenhum homem poderia existir sozinho. Ele afirma que nós somos todos interligados, e que a perda de um ser humano é também a nossa perda. Nesse mesmo sentido, a morte de uma pessoa é a nossa própria morte, ou seja, cada vez que os sinos dobram, a humanidade perde algo precioso: uma vida, e, com ela, toda uma história. O som dos sinos é um lembrete de nossa própria mortalidade, de nossa própria fragilidade.


tenho ficado todos os meus momentos possíveis acompanhando as notícias da minha tão machucada cidade.  Moro em Niterói desde meus cinco anos de idade, mas a proximidade  geográfica é tanta, que vou pra serra pelo menos uma vez por mês, praticamente, desde que saí de lá.
É lá que está a minha origem, minha avó materna alugava sempre um apartamento para as férias, meus pais se conheceram num baile de Carnaval no clube Xadrez, ao lado da Praça do Suspiro, onde ficava o teleférico que sumiu.
O apartamento onde eu nasci é perto de onde desceu a encosta na rua que soterrou o carro com os bravos resgatistas soldados bombeiros.
Qualquer criança que estude Geografia e História do Brasil vai ler sobre Petrópolis e Teresópolis, pq nossa pequena Realeza lá fincou marcos importantes, mas tenho consciência que Nova Friburgo não tem essa relevância, pelo menos não até agora...
É um município pequeno, com um  perfil rural predominante de importante produtor de hortifrutigrangeiros para o centro metropolitano do Grande Rio, humilde e simples, de terceira e quarta gerações de imigrantes, como eu.  Há pouco tempo que o ensino de nível superior chegou lá,  tem um pólo de confecção de lingerie que adoro, mas é uma cidade modesta.
Assim que a condição de vida permitiu, meu pai adquiriu um imóvel em sua cidade, pra voltar vitorioso na vida, de onde ele saiu sem ter nada de seu...
Moramos em frente ao rio Bengala, e já não é a primeira enchente que vemos.  Mas a impressão que tenho, é que não existia nada que pudesse ter sido feito pra impedir essa calamidade.  Não se negocia com a natureza nessas proporções, ainda não temos esse poder.  A zona crítica foi aqui, mas está sendo transmitido pelos meios de comunicação chuvas impactantes desde o norte do Estado de São Paulo, ao sul de Minas Gerais e Espírito Santo.  A própria Natureza está em revolução... somando-se as intervenções desastradas, desmedidas, predatórias e ignorantes do homem.
Inúmeras imagens transmitidas pela TV, me transportam pra minha história e para o local.   A casa da minha Dinda, cheia de pés de jabuticaba (e onde eu estive quinze dias atrás), a Igrejinha onde eu fui batizada, o colégio que minha mãe dava aula, a pracinha que eu passeava de charrete puxada por bodes...
A TV não passa um décimo da percepção da realidade, não passa o cheiro do ar molhado, a textura de se andar derrapando inseguramente na lama, o barulho dos motores dos carros numa confusão constante, a atmosfera de atordoamento achapante, a angústia e o torpor de tão extrema experiência, a perplexidade da multidão que chega aos locais de informação e centralização dos serviços,  nossa vã crença em recusar ao aceitar nossa impotência perante o imponderável da Vida que não podemos conter, a alegria de se conseguir uma simples refeição quente, de se abrir uma torneira e ter água corrente, um banho quentinho, a humanidade de um sorriso, de um olhar amigo e companheiro, luz elétrica.
Exatamente como num filme hollywodiano calamitoso e catastrófico, o ser humano se prova nessas horas, para o melhor e para o pior.


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um Pensar Sobre a Depressão

As raízes da depressão Por
Trabalho há 38 anos em psicoterapia - sou psicóloga - e não encontrei ainda nenhum cliente  depressivo que fugisse ao que o Professor Seligman descobriu em suas pesquisas.
Tive o prazer de fazer um curso com ele na UnB e o que aprendi me habilitou a entender a depressão. Até nos dias de hoje pessoas morrem de desamparo nos melhores hospitais porque os médicos não sabem identificar o desamparo que é o estágio mais grave do que chamamos de depressão e o Professor Seligman chama de desamparo: a depressão é um estágio.
O desamparo é aprendido na família - mesmo nas ricas, nas cheches onde vivem as crianças sem família, nas sociedades extremamente pobres. Não estou com isto afirmando que inexistem as origens genéticas do desamparo, mas é um erro pensar que é possível resolver este problema somente com medicação. É preciso um treinamento no que o Professor Seligman chama de otimismo para que a pessoa aprenda a comandar a sua vida no caminho desejado.
importante entender que a miséria, com o apontou Rosemarie Muraro em sua pesquisa,  faz com que os os filhos dos pobres cresçam sem desejo e isto é o mesmo que desamparo ou impotencia. É a alienação do corpo e da mente. Indicaria, para os que desejam conhecer melhor o assunto:
1) Desamparo: sobre depressão, desenvolvimento e morte, Martin E. P. Seligman, Hucitec/EDUSP, 1977 (não encontrei nas livrarias que pesquisei). Acredito que seja acessível em bibliotecas universitárias. Em inglês - Helplessness: on depression, development, and death, também não achei à venda. -  "Depressão é o resfriado comum da Psicopatologia e tem tocado a vida de todos nós," escreve o Dr. Martin Seligman. Mas as tristezas emocionais que levam à depressão, a ansiedade e a falha não "apenas acontecem". Em vez disso, como mostra a Dr. Seligman, estes distúrbios generalizados frequentemente emergem de um sentimento de impotência que é aprendido, reforçado e justificado individualmente.”
(2) Aprenda a ser otimista, Martin E.P. Seligman, Editora Nova Era : O livro ensina como se tornar um verdadeiro otimista por meio do fortalecimento interior, mostrando como desenvolver níveis de otimismo que permitam viver uma vida plena de realizações. "Nossa análise mostra que a mudança do pessimismo para o otimismo é, pelo menos parcialmente, responsável pela prevenção de sintomas depressivos", ressalta o autor. - à venda. - É baseado na pesquisa feita e que o primeiro livro descreve.
(3) Sexualidade da mulher brasileira: corpo e classe social no Brasil, Rosemarie Muraro et al., Editora Rosa dos Tempos, 1996


no blog de Luis Nassif
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/as-raizes-da-depressao?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Receita de Ano Novo



Para você ganhar um belíssimo Ano Novo
da cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
tão novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Carlos Drummond de Andrade