gostei muito desse artigo:
A Cama na Varanda: O tudo ou nada do amor
POR REGINA NAVARRO LINS
Rio - A partir do século 20, mais do que em qualquer outra época, o amor ganhou importância. As pessoas passaram a acreditar que sem viver um grande amor a vida não tem sentido. Procuramos alguém que nos ame, sem compromissos anteriores e sem paixões recolhidas de amores antigos. A idealização do amor tem um custo. Não é verdade que “tudo o que você precisa é de amor”. Precisamos também ter um espaço individual, amigos verdadeiros, investir na carreira, etc. Ao nos concentrarmos no amor, negligenciamos outras paixões, o que torna nossa vida mais limitada. O filósofo americano Robert Solomon faz algumas observações interessantes. Para ele, a idealização do amor leva à ideia de que o amor é um fenômeno, que as pessoas “encontram” ou não. Exigimos que nosso amor seja isto ou nada, e, por isso, ficamos desapontados.
Entretanto, o amor varia de intensidade, como qualquer outra emoção. E já que a maioria de nós não é capaz de manter um delírio febril por muito tempo, logo aparecem algumas dúvidas do tipo “será que isso é mesmo amor?” e “Será que ainda o amo?” É como se o amor só fosse real de fato quando é explosivo, quando nos absorve totalmente. O amor, porém, se manifesta de muitas maneiras. Por que nos recusamos a admitir que o amor, como a tristeza ou a alegria, deve às vezes esperar sua vez de entrar em cena?
Na melhor das hipóteses o amor é uma convergência de muitos desejos. No amor não queremos só sexo e segurança, mas também companhia, diversão, alguém para viajar, sair, ouvir conselhos, enfim, uma associação com um aliado, alguém com quem vamos dividir o trabalho doméstico e aumentar a renda da casa, alguém de quem podemos depender na hora dos problemas e nos consolar nos momentos de tristeza, e por aí vai. Na realidade, gostaríamos de tudo isso, emoções e constância, excitação e segurança, e de preferência tudo junto, num só pacote, u m pacote supostamente garantido pelo amor. Mas o amor é só um ingrediente nesse pacote.
Mesmo que seja indesejável, podemos ter amor sem companheirismo, amor sem sexo, amor sem apoio emocional, amor sem excitação, amor sem estabilidade. Para Solomon o que muitos consideram o colapso do amor é, na verdade, a perda de um desses desejáveis acompanhamentos do amor. Contudo, isso não precisa ser a perda do amor, é só a perda do “pacote”.
POR REGINA NAVARRO LINS
Rio - A partir do século 20, mais do que em qualquer outra época, o amor ganhou importância. As pessoas passaram a acreditar que sem viver um grande amor a vida não tem sentido. Procuramos alguém que nos ame, sem compromissos anteriores e sem paixões recolhidas de amores antigos. A idealização do amor tem um custo. Não é verdade que “tudo o que você precisa é de amor”. Precisamos também ter um espaço individual, amigos verdadeiros, investir na carreira, etc. Ao nos concentrarmos no amor, negligenciamos outras paixões, o que torna nossa vida mais limitada. O filósofo americano Robert Solomon faz algumas observações interessantes. Para ele, a idealização do amor leva à ideia de que o amor é um fenômeno, que as pessoas “encontram” ou não. Exigimos que nosso amor seja isto ou nada, e, por isso, ficamos desapontados.
Entretanto, o amor varia de intensidade, como qualquer outra emoção. E já que a maioria de nós não é capaz de manter um delírio febril por muito tempo, logo aparecem algumas dúvidas do tipo “será que isso é mesmo amor?” e “Será que ainda o amo?” É como se o amor só fosse real de fato quando é explosivo, quando nos absorve totalmente. O amor, porém, se manifesta de muitas maneiras. Por que nos recusamos a admitir que o amor, como a tristeza ou a alegria, deve às vezes esperar sua vez de entrar em cena?
Na melhor das hipóteses o amor é uma convergência de muitos desejos. No amor não queremos só sexo e segurança, mas também companhia, diversão, alguém para viajar, sair, ouvir conselhos, enfim, uma associação com um aliado, alguém com quem vamos dividir o trabalho doméstico e aumentar a renda da casa, alguém de quem podemos depender na hora dos problemas e nos consolar nos momentos de tristeza, e por aí vai. Na realidade, gostaríamos de tudo isso, emoções e constância, excitação e segurança, e de preferência tudo junto, num só pacote, u m pacote supostamente garantido pelo amor. Mas o amor é só um ingrediente nesse pacote.
Mesmo que seja indesejável, podemos ter amor sem companheirismo, amor sem sexo, amor sem apoio emocional, amor sem excitação, amor sem estabilidade. Para Solomon o que muitos consideram o colapso do amor é, na verdade, a perda de um desses desejáveis acompanhamentos do amor. Contudo, isso não precisa ser a perda do amor, é só a perda do “pacote”.
no site: http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/9/a_cama_na_varanda_o_tudo_ou_nada_do_amor_191314.html