domingo, 22 de agosto de 2010

trechos da coluna de hoje do Alberto Godin

É evidente que não apenas o final de uma relação, porque, apesar de sua tristeza enorme, seria suportável.  Ela morre de amor, e só morrem de amor aqueles que vivem uma relação errada.  Os bons amores preparam para a a vida, e não para a morte, assim como os bons prédios, que precisam ser sólidos, independentemente de quem irá habitá-los.  Por esse motivo, acredito que Monica não amava Ronaldo, dependia dele.  Não passou pelo luto de uma mulher que perdeu seu homem, mas pelo desespero de uma criança órfã.  Não deixou de amá-lo, porém com o amor errado.  Por isso a casa caiu, por imaturidade, ciúmes, controle, e impaciência, sentimentos mais adequados para uma criança frustada pelos pais.   Por isso que a relação, da mesma forma que a casa, não tinha futuro.  Não por falta de amor, mas de simetria. As relações são sólidas quando ambos contribuem com cotas semelhantes de trabalho e capital.  A vida não é um bem tranferível, nem negociável, nem delegada a terceiros.  Monica deve entender que a gente só ama realmente quando vive uma existência real que se sustente sobre os próprios pés.  Caso contrário, não é amor, é a viga de um andaime que, quando retirada, precipita um desabamento.