quarta-feira, 23 de setembro de 2009

adorei esse post que encontrei zapeando porraí... copiei e colei

Sexta-feira, 24 de Abril de 2009

7 maneiras de criar uma criança preconceituosa

Dr. Robyn Silverman

A Dr.Robyn Silverman é especialista em Desenvolvimento Infantil e adolescente com ênfase na educação voltada para a relação com o corpo e auto estima.

Ela aponta os riscos de educarmos as crianças com preconceito baseado na aparência física de uma pessoa, especialmente no que se refere a questão do tamanho do corpo (gordo/magro).

Ela chama este tipo de discriminação de “Sizeism”, cuja tradução para o português seria algo como “tamanhismo” Por conta da estranheza da palavra vou traduzir aqui como preconceito em relação ao corpo ou à aparência.


Todos nós já presenciamos as pessoas analisando as outras ou mesmo apontando, rindo e dizendo: “ Ele é tãooo gordo”, “a aparência dela é nojenta!” “ela é muito baixa!”, “ Você já viu as coxas dela?”, “ E os pneuzinhos?” “ E a bunda?”

O preconceito tem várias faces. O preconceito em relação ao corpo e a aparência é tão feio quanto os demais e tem a mesma capacidade de ser transferido para novas gerações.

Pense nas pessoas na sua vida.
No seu trabalho, escola ou em casa.

Você conhece alguém com uma atitude preconceituosa em relação à aparência das pessoas? Tem alguma idéia de onde isso surgiu? Não podemos acusar somente a mídia. É hora de assumir a responsabilidade por nossas ações e reações também.

Aqui estão descritas 7 maneiras pelas quais você pode ensinar uma criança a ser preconceituosa em relação a aparência das pessoas em uma cultura já impregnada deste tipo de preconceito:

(1) Suas reações físicas: até mesmo bebês e crianças pequenas percebem o desconforto de seus pais quando estão perto de determinadas pessoas.

Imagine que toda vez que uma pessoa gorda aproxima-se e o pai ou mãe da criança fazem comentários maldosos, são críticos ou rudes e se, ao contrário, quando perto de pessoas magras eles agem de forma positiva, gentil e relaxada. Você pode imaginar que uma criança não vai entender a sua linguagem corporal, mas, ao estar perto de você, seu filho pode perceber suas mudanças corporais facilmente. E a mensagem é clara “as pessoas gordas fazem os meus pais se sentirem desconfortáveis, então eles devem ser pessoas más”

( 2) Sua escolha de palavras:tudo que você diz quando está perto dos seus filhos é ouvido, mesmo que você ache que não. Isto significa que o que você diz enquanto assiste televisão, os comentários ao folhear uma revista ou os sussurros para um amigo quando uma pessoa gorda se aproxima na hora do almoço podem estruturar a forma pela qual seu filho percebe o mundo.

Eu já ouvi isso nos meus grupos de aconselhamento de pais: uma criança vai repetir o que você disse nos momentos mais inoportunos. Um dos meus clientes contou ao grupo que na semana anterior seu filho de 4 anos entrou em um Walmart e gritou bem alto, de maneira que pelo menos umas 25 pessoas puderam ouvir seu comentário:“ Uau! Você está certa, mãe.Todo mundo aqui é gordo!”

(3) Suas reações em relação ao que as crianças fazem e dizem: quando seus filhos dizem alguma coisa rude ou preconceituosa, a forma pela qual você reage vale mais do que mil palavras. Por exemplo, um pai veio até mim e descreveu a seguinte situação: na aula de dança da filha de 5 anos uma das meninas demonstrou uma habilidade específica de dança quando uma outra menina disse: “pessoas gordas não deveriam dançar. Eles ficam parecendo uma barata tonta”. A professora não conseguiu segurar o riso. O riso nesta situação não é apenas totalmente inapropriado mas apenas reforça este tipo de comentário, botando mais lenha na fogueira.

(4) Suas escolhas são reveladoras: esta talvez seja mais sutil para ser percebida, mas acontece o tempo todo. Se você relaciona tamanho do corpo ou aparência à capacidade de realizar determinadas atividades você está alimentando a criação de estereótipos e o preconceito, como por exemplo ao permitir que algumas crianças possam fazer coisas em função do tamanho ou forma de seus corpos enquanto restringe outras a fazer a mesma coisa.

Por exemplo, uma das meninas do meu grupo de aconselhamento pré adolescente Sassy Sisterhood disse ao grupo: “toda vez que precisamos mover as cadeiras e carteiras na minha sala de aula a minha professora só escolhe meninos. Ela diz que eles são maiores e mais fortes do que as meninas”. Eu também já vi professores separarem os meninos e meninas mais gordinhos nas aulas de ginástica para times diferentes. Eu ouvi o professor dizendo que faz isso para que todos os times tenham a mesma quantidade de “peso morto”. Atitudes com estas, embora sutis, passam uma mensagem clara.

(5) A maneira pela qual você assume responsabilidades: ao ouvir as crianças fazerem comentários preconceituosos em relação ao corpo você pode tanto fingir que não ouviu ou escolher assumir a responsabilidade sobre isso. Negação é certamente uma reação forte e comum. Muitas pessoas acreditam que as crianças não podem entender exatamente o que disseram ou fizeram. No entanto, embora elas não processem informações da mesma maneira que os adultos elas o fazem de sua própria maneira. Eximir-se da responsabilidade do preconceito em relação ao corpo (ou qualquer outro tipo de preconceito) não ajuda em nada. Sim, eles podem não ter aprendido isso com você, mas ainda sim a responsabilidade é sua de ensiná-los a maneira correta de reagir em relação aos outros, não é verdade?

(6) A maneira pela qual você se refere a si mesmo: Você se olha no espelho e reclama da sua “bunda gorda” (enfatizando que gordo= mau) ou de que sua calça “skinny” não cabe mais? Você faz piadas nas refeições sobre a necessidade de lipoaspirar sua “pança gigante”? Você é um modelo para seus filhos. Seus filhos escutam, vêem e processam estas informações. Quando não aceitamos quem nós somos, como esperar que as crianças aceitem a si mesmas? Neste caso os pais estão ensinando-as a rejeitar seu corpo e o dos outros.

(7) As pessoas que você permite que estejam perto dos seus filhos. É provável que você tenha ouvido o conselho “cerque-se de pessoas positivas”. Em relação a nossas crianças elas tendem a absorver o que eles ouvem e vêem das pessoas que estão perto delas a maior parte do tempo e isso é uma parte positiva da assimilação em um grupo. Entretanto, se você cercar seus filhos de pessoas que fazem comentários carregados de preconceito ou agem ou tem reações com base no preconceito, seus filhos tem grandes chances de adotar este tipo de atitude. Uma menina de treze anos me contou que a melhor amiga da sua mãe (que recentemente voltou a ser solteira) sempre fica menosprezando suas “coxas gordas”. Agora a menina não consegue parar de ficar olhando para as suas próprias coxas, comparando-as com as de suas amigas. Ela disse para mim : Coxas gordas significam que não vamos conseguir arrumar um namorado”. Onde você acha que ela ouviu isso?

Como educadores, pais e mentores é crucial que possamos admitir que existe um problema - porque ele existe- e a partir daí assumir a responsabilidade de lidar com as questões pertinentes ao assunto.É preciso observar nossas ações, reações e nossas palavras. Nós precisamos parar de fazer generalizações baseadas na aparência (ou traços físicos ou étnicos) das pessoas porque isto compromete a nossa habilidade de conhecermos o que as pessoas têm a oferecer em suas individualidades. Isto pode contribuir para que nossas crianças sejam preconceituosas, trazendo como conseqüência o ódio, não apenas direcionado a outras pessoas, mas também voltado a si mesmas

Postado por Papu Morgado às 03:04
in: http://curlvelyme.blogspot.com/2009_09_01_archive.html
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